Algoritmo numérico

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domingo, 27 de dezembro de 2015

PI. DEUS.

O conto didático O DEUS PI pretende ser uma pausa de leitura no meu blog. Talvez que, pesquisando sobre o PI e DEUS, estudantes sejam conduzidos à minha teoria da evolução. E a relação de Deus com Pi está correta. Se todos os fenómenos reais são traduzidos matematicamente, tal como aqui, no meu blog pelo Algoritmo da Verticalização Antropológica,  sendo o Pi uma constante matemática ele é um Deus, uma entidade, contra todas as figurações metafísicas.


           
          O DEUS PI

     Terminada a visita à Terra Deus ascendia ao Céu quando olhou para baixo. O que viu surpreendeu-o extraordinariamente. De tal forma que mandou chamar um entendido na matéria. Um professor catedrático estava na sua frente no momento seguinte.
          - Porque é que lá em baixo tudo era plano e visto daqui parece redondo?
          - Mas isso é assim aqui como nos outros astros do teu reino!
          - Assim como?
          - No sítio parecem planos mas vistos de longe são redondos?
          - Sim! Mas são planos ou redondos?
          - Redondos! - respondeu, sem hesitar, o professor.
          - E porque são assim?
          - Por causa do Pi!
          - Do Pi!? - espantou-se Deus.
          - Sim, do Pi!
          - E como o conseguiu ele?
          - Multiplicando-se pelo diâmetro fez a curvatura.
          - A curvatura?
          - Sim, da linha do Equador e dos meridianos, como o de Greenwich.
          - Ah! - disse Deus.
          - Mas mais, multiplicando-se pelo quadrado do raio fez os círculos correspondentes.
          - Espantoso! E é por isso que o que parece raso é esférico?
          - É por isso e não só! - exclamou o professor.
          - Então? E mais?
          - Porque o Pi multiplicou-se pelo quádruplo do quadrado do raio fazendo a superfície esférica e fez a esfera multiplicando-se pelo terço do quádruplo do raio ao cubo.
          - E ele, só assim, multiplicando-se sempre, fez isso tudo?
          - Sim! Queres saber mais alguma coisa?
          - Não! Era só isto!
        - Mas se era só isto não precisavas chamar-me a mim. Bastava que chamasses um professor secundário, ou primário. Esses têm a obrigação de saber as coisas que o Pi fez.
          - Sim, mas vieste tu!
          - Mas eu não estou para perder tempo com coisas inferiores.
         Deus irritou-se. Achou-o presunçoso afirmando-se superior, acima do Pi. E ia para o repreender quando viu que já se afastava, que já ia longe. Olhou para baixo outra vez, curioso, mas já não viu nada. Curvou-se sobre o Pi. Pensou de tal forma nele que esqueceu os motivos que o tinham levado à Terra. E intrigou-se: como é que nunca o tinha encontrado nos concílios dos deuses?

     Conto número 818

      Arsénio Rosa

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