Algoritmo numérico

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domingo, 13 de dezembro de 2015

ESCRITA EMBRIONÁRIA E VERTICALIDADE:

ESCRITA EMBRIONÁRIA E VERTICALIDADE.


A evolução linguística foi paralela à verticalização. Assim que ao limite linguístico, o ponto da Escrita Embrionária, correspondeu a elevação vertical. Em que momento surgiu a Escrita Embrionária e se atingiu a verticalidade? Para a obtenção desse momento antropológico vamos fazer: A) um estudo bibliográfico sobre as escritas primitivas; B) e um estudo matemático do paralelismo da idade infantil de entrada na escrita e o zero da Escrita, na evolução.


A1 Bibliografia sobre as escritas e a arte primitivas.

 “Qualquer que seja a natureza exata da sua origem, o conhecimento da escrita primitiva dos Sumérios baseia-se num achado singularmente rico em Uruk (a Biblica Erech, a noroeste de Ur) no começo do segundo quarto deste século: mais de um milhar de pequenas tábuas e fragmentos com inscrições de uma escrita pictográfica imperfeita, tudo indicando que representa a língua Suméria.” “… No estrato de Uruk conhecido por “IVb” foram encontrados aproximadamente 900 símbolos diferentes, presumindo-se que este número represente uma fração dos símbolos então em uso.” “…Trabalhando em barro húmido, os Escribas Sumérios concluíram que os carateres poderiam ser desenhados mais nitidamente e mais eficientemente imprimindo-os e não riscando-os.” “O Elão Bíblico… era o antigo nome dado à região situada no Norte do Golfe Pérsico e à parte oriental do Baixo Tigre. Habitada por um povo que não era semita nem indo-europeu, utilizando dialetos aglutinados, relacionados provavelmente com o grupo de línguas do Cáucaso, esta região foi berço de uma civilização comparável à dos Sumérios e Acádios. Nos fins do IV milénio a. C. os Elamitas possuíam uma escrita autóctone, da qual foram encontradas nove inscrições em pedra e várias centenas de placas de barro. Os carateres desta escrita, parcialmente decifrada, são geométricos e lineares, geralmente escritos da esquerda para a direita; é quase certo que derivam de símbolos pictográficos mais antigos, dos quais não foram encontrados ainda quaisquer exemplares. Esta escrita primitiva, chamada «proto-elamita» ou «elamita antiga», parece ligar-se de alguma forma ao antigo cuneiforme, sendo no entanto incerta a natureza exata dessa relação.” (Diringer, D.; A Escrita, Editorial Verbo; Lisboa 1968; p. 37, 38, 41 e 45).

“A região ocupada pelos Sumérios ficava entre os rios Tigres e Eufrates no que hoje é o Iraque
e o Kuwait, e, até recentemente, era conhecida por Mesopotâmia…” “Atribui-se aos Sumérios o
desenvolvimento da matemática. Usavam uma combinação dos sistemas de base 10 e de base 60 (sexagesimal) para contar, ao contrário do simples sistema de base 10 ou decimal que usamos hoje. Estamos habituados a pensar em 60 segundos para um minuto e em 60 minutos para uma hora porque o nosso sistema de medição do tempo deriva do dos Sumérios e dos Babilónios. Por consenso geral, também se atribui aos Sumérios a invenção da ideia de que o círculo tem 360 graus, sendo cada grau dividido em 60 minutos e cada minuto em 60 segundos.” (Knight, C.; Butler, A.; A Primeira Civilização; Círculo de Leitores; Lisboa 2006; p. 61 e 62).

“A escrita consciente e sistemática apareceu pela primeira vez por volta da segunda metade do quarto milénio a. C. Pode dividir-se nas seguintes categorias: 1) Escrita pictográfica, que
é uma escrita sintética ou por imagens, esboços ou esquemas, cada um dos quais é designado por pictograma. É verdadeiramente o primeiro passo importante fora da escrita embrionária, uma vez que não se restringe unicamente ao registo de imagens simples desligadas, mas representa estádios sequenciais de ideias de uma narrativa, mesmo que simples; 2) Pictogramas ideográficos ou ideogramas, em que os sinais ou signos representam não só os sinais que mostram, mas relacionam também ideias ou conceitos com os quais esses objetos estão relacionados; 3) Escrita analítica é a designada escrita mais famosa do mundo antigo, usada pelos habitantes da Mesopotâmia, Egipto, Creta, pelos Hititas, pelos habitantes do Vale do Indo, pelos Chineses, Mongóis…; 4) Escrita fonética. Enquanto na escrita ideográfica pura ainda não há qualquer ligação entre o símbolo representado e o nome falado para ele, isto é, os símbolos podem ser lidos com a mesma facilidade em qualquer linguagem, na escrita fonética, num primeiro tempo tem-se a contrapartida gráfica da fala. Cada elemento da escrita fonética corresponde a um som ou sons da linguagem que está a ser representada e o primeiro pode ser explicado ou «lido» através do conhecimento do último. A escrita fonética pode ser quer silábica, quer alfabética…” (Aragão, M. J.; História da Escrita; Palimage Editores;; Viseu 2003; p. 22 e 23).

“…Entre outras, a carapaça de tartaruga com inscrições desenterrada na estação arqueológica de Jia Nan, datada de há 8000 anos atrás. E encontraram-se nas peças de cerâmica na estação arqueológica de Ban Po, perto de Sian, datadas de há 6000 anos, símbolos inscritos
que são semelhantes aos descobertos em Anyang.” “Não são pictográficas as inscrições em ossos e conchas de tartarugas. E esta escrita mais antiga chinesa comporta um número reduzido de carateres muito simples, mas satisfazia as necessidades da comunicação humana daquela época primitiva. São símbolos modestos e abstratos resultantes de convenções baseadas na indução e abstração.” (Jian, L.; Escrita das Escritas; Museu das Comunicações: Lisboa 2001; p. 72).

“Acharam-se na Roménia, na Húngria e na Bulgária estranhos sinais, gravados em argila, dando ares de tentativas de escrita que datariam de há 8000 anos. Têm sido trazidos à luz em dezenas de escavações a norte das Balcãs, como se eles representassem um elemento importante na cultura dos homens desta época e desta região…”  “Duas delas intrigaram muito particularmente os especialistas. Uma, encontrada em Gradeshnitza, na Bulgária, é uma pequena placa de argila sobre a qual aparece o que tem todo o aspeto de símbolos estilizados. A outra é um sinete circular, igualmente de argila, achado em Karanovo e cujos dezoito sinais seriam uma forma rudimentar de escrita…”  “…É o caso da que edificou cidades importantes, há 4500 anos, ao longo de mais de 1500 quilómetros, ladeando o rio Indo…”  “A principal cidade desta «Civilização do Indo» é Mohenjo-Daro, onde viveram dezenas de milhares de habitantes e cujas ruínas se dispõem, segundo um plano de xadrez, através de centenas de hectares. As ruas principais, com 10 metros de largura, delimitam «blocos» de habitações que fazem pensar nos de Nova Iorque… A cidade possuía... uma rede de canalizações conducente a uma descarga de esgoto, a mais antiga que alguma vez se descobriu.” (Clarke, R.; O Nascimebnto do Homem; Gradiva; Lisboa 1984; p.207 e 209).

“A gruta do Escoral, no Alentejo, perto de Montemor-o-Novo, foi descoberta em 1963 e apresenta pinturas e gravuras nas paredes da cavidade subterrânea…” “…As figuras são dominadas na sua maioria pelo tema animalista. É notável o conjunto com representações geométricas onde se encontram todas as variações conhecidas: os pontos, as curvas, arciformes, linhas, escleriformes e reticulados. As figuras datam de há 25000 a 18000 anos a. C. e de 18000 a 13000 anos a. C..” (Aragão, M. J.; História da Escrita; Palimage Editores; Viseu 2003; p. 8).

“…Sobre a entrada da gruta de La Pasiega… pode ver-se um conjunto de signos simbólicos que se denomina «A Inscrição de La Pasiega», entre os quais há duas marcas de pegadas humanas. Elas significam, sem dúvida, que era interdito aos profanos entrar nessa gruta consagrada ao culto. O corpo humano estilizado reveste-se de significados convencionais... Todavia, ao lado destas imagens naturalistas outras parecem ter sido símbolos desde o início; trata-se de signos ditos «tectiformes», onde uns julgam reconhecer cabanas e outros armadilhadas ou grades.” (Behn & W lfel, 1972, p. 21).


A2 Conclusão bibliográfica.

A Civilização Suméria dominou culturalmente o Médio Oriente durante os 1500 anos da sua ocupação: isso significa que outra civilização, com desenvolvimento cultural equivalente e dotada de uma escrita  também afastada  do estado embrionário, passou ao domínio seguinte. Efetivamente a escrita suméria tinha semelhanças com a escrita dos Elamitas (a escrita dos Elamitas, de caracteres geométricos e lineares, pensa-se que derivou de símbolos pictográficos mais antigos, ou de uma escrita anterior ao seu tempo e tempo Sumério) e com a escrita hieroglífica dos Egípcios, quando as escritas analíticas do mundo antigo eram usadas pelos habitantes da Mesopotâmia, do Egipto, de Creta e do Vale do Indo, pelos Hititas (povo antigo da Ásia), os Chineses e os Mongóis: um número grande de civilizações utilizando escritas que só podiam estar distantes do estado embrionário da Escrita, o ponto de divergência de todas as escritas, culturas e civilizações.

Também que só uma escrita muito desenvolvida e muito distante do estado embrionário podia apoiar os conhecimentos matemáticos que se atribuem aos Sumérios, como a combinação dos sistemas decimal e sexagesimal para contar e a leitura do tempo, e do círculo, em submúltiplos sexagesimais. E é curioso atribuir-se também aos Babilónios o método de contagem do tempo que chegou ao presente; o que admite a Babilónia no conjunto de civilizações dotadas de escritas evoluídas. Como a Escrita Embrionária surgiu num momento só um tempo muito amplo, de milhares de anos, permitiu a difusão geográfica e o desenvolvimento das escritas de há 5000 anos.

Mas essa distância entre a Escrita Embrionária e as escritas de há 5000 anos também
é evidente nos perfis urbanos das grandes civilizações: por volta de 3300 a. C. os Sumérios tinham cidades com arquivos escritos e centralizados em edifícios estatais, como, tudo indica, uma rede escolar; a Civilização do Indo, que tinha cidades muito bem delineadas arquitetonicamente e dotadas de rede de canalizações com descarga de esgoto, iniciou o seu desenvolvimento 700 anos depois; e a Civilização Egípcia, também com um governo centralizado e arquivos escritos, ocorreu só 300 anos depois, por volta de 3000 a. C. É curioso que esses três povos, que nos legaram sinais da sua grandiosidade urbana no mundo antigo, eram dotados de escritas. Escritas evoluídas. Porque a arquitetura foi uma consequência do desenvolvimento conjunto da Escrita, da Matemática e da Arte.

Há 12000 anos, no termo da última era glaciar, o homem primitivo foi favorecido ecologicamente para a fixação social. Surgiram a agricultura e a criação de gado. 2000 anos depois, há 10000 anos,  já a agricultura, como fenómeno extensivo, era uma realidade. Para o controlo da produção agrícola e das reservas de gado, assim como dos seus mercados, nasceu e cresceu a burocracia. A linguagem verbal e o pensamento numérico foram instigados aos grafismos da Escrita e da Matemática, de uma nova memória, não cerebral e flutuante, mas impressa e fixa, que originou os contratos sociais. Há 8000 anos surgiu a Escrita Embrionária. 3000 anos depois a burocracia produtiva e mercantil estendera-se ao aparelho político e a sociedade suméria tinha uma escrita sistematizada em rede escolar como conhecimentos matemáticos evoluídos. O (escriba) sumério, de há 5000 anos, possuía 3000 anos de verticalidade. A verticalidade e a frontalidade absoluta do olhar, compatíveis com a maximização linguística, ou entrada na Escrita, atingiram-se, pelo meu estudo bibliográfico, há 8000 anos.


 A Escrita Embionária e a verticalidade surgiram há 8000 anos: os registos na carapaça de tartaruga de Jia Nan e em argila da Roménia, da Hungria e da Bulgária, são seus testemunhos arqueológicos. A Escrita, já sistematizada nos moldes modernos, surgiu há 5000 anos: as tábuas sumérias de Uruk são o seu testemunho arqueológico.. Entre os registos de há 8000 anos e os registos de há 5000 anos temos a divergência intermédia: as inscrições nas peças de cerâmica de Ban Po e Anyang, ambas também documentos arqueológicos. Os múltiplos registos de há 8000 anos dizem-nos que a Escrita Embrionária não nasceu num ponto e sim dispersamente, que não foi um facto pontual que a originou e sim o estado avançado do pensamento, da comunicação verbal e da arte, que convergiu no estádio seguinte da linguagem, a Escrita. E os signos anteriores da Arte Parietal, como os de La Pasiega e do Escoral, exigiam um estado avançado de elevação: que convergiu na verticalidade.


B1 Bibliografia sobre a evolução  infantil tendente para a escrita.

”…Durante a terceira infância (dos 6 aos 11 anos), a lógica começa, progressivamente, a substituir a intuição e a criança transforma-se num verdadeiro estudante. O universo mágico e sincrético descolou-se. A partir deste momento, o autêntico distingue-se da ficção. Constrói-se o universo do racional.” (Pepin, L.; A Criança no Mundo Actual; Editorial Estampa; Lisboa1979; p. 72 e 76).

“E eis um novo escalão vencido. Bal. Tem quase seis anos. Na sua lenta experiência por tentativas, conseguiu chegar agora a um suficiente domínio do seu grafismo escrito para reproduzir a maior parte das palavras que copia com uma segurança, uma rapidez e uma perfeição satisfatórias. Só então, depois de atingido esse domínio elementar, se estabelece uma relação no espírito da criança entre o grafismo das palavras e a palavra oral ou do pensamento…” “…Enquanto não dominar a técnica do desenho, e não o consegue antes dos 7, 8 anos, a criança só avança por tentativas, ajustando lentamente as suas experiências.” (Freinet, C.; Aprendizagem da Língua; Editorial Estampa; Lisboa 1972; p. 91 e 111).


B2 Estudo da correspondência dos 8000 anos da espécie com a idade intantil de entrada na escrita.

A interpolação vai obter o valor de K3: o coeficiente comparativo da evolução na língua do homem de há 8000 anos e da criança na idade correspondente. 8000 anos situa-se entre os 5000 anos sumérios e os 1,95 X 106 anos da origem da Linguagem Moderna, de que conhecemos os coeficientes, 333,3333 e 88804,6889.

 (K3 – 333,3333) / (8000 – 5000) = (88804,6889 – 333,3333) / (1,95 x 106 – 5000)
 (K3 – 333,3333) / 3000 = 88471,3556 / 1,945 X 106
1,945 X 106 X K3 - 1,945 X 106 X 333,3333 = 3000 X 88471,3556
1,945 X 106 X K3 – 6,4833 X 108 = 2,6541 X 108
1,945 X 106 X K3 = (6,4833 + 2,6541) X 108  
1,945 X 106 X K3 = 9,1374 X 108  K3 = 9,1374 X 108 / (1,945 X 106)  K3 = 469,7892.

Dividindo 8000 anos por K3 obtemos o segmento M2E2 da evolução individual que converge nos 23 anos, a idade ótima de conclusão de um curso universitário na lingua e limite do crescimento volumétrico do cérebro humano.  A idade infantil paralela aos 8000 anos da espécie será N2M2.

M2E2 = 8000 / 469,7892 = 17,0289 anos.
 E N2M2 = 23 - 17,0289 = 5,9711 anos.


Uma distância muito aproximada aos 6 anos. Temos que o momento histórico equivalente aos 6 anos infantis foi há 8000 anos. Aos 6 anos a criança atinge o nível cognitivo que lhe permite enfrentar a escrita elementar, da mesma forma que há 8000 anos o homem entrou na Escrita Embrionária. O estudo matemático coincidiu com o estudo bibliográfico. Há 8000 anos nasceu a Escrita Embrionária e atingiu-se a verticalidade.

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