Algoritmo numérico

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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

ORIGEM DA LINGUAGEM MODERNA

3 A origem da Linguagem Moderna há 1,95 milhões de anos.

Sabe-se que a Escrita surgiu há 5000 anos, no ponto D1, na Suméria.1 Assim que
D1E1 = 5000 anos representa o tempo decorrido desde a escrita suméria até ao presente. Se a Escrita surgiu há 5000 anos foi esse o tempo que o homem demorou a evoluir do estado original da Escrita para o estado otimizado das línguas modernas. Por seu lado o indivíduo atinge teoricamente o domínio mais elevado da Língua após concluir o curso universitário correspondente; e essa é uma interpretação teórica, porque ele pode desenvolver livremente o seu conhecimento linguístico depois da idade académica e tenha frequentado ou não uma universidade. O indivíduo entra na Escola Primária com 6 anos; conclui o 1º Ciclo 4 anos depois; mais 8 anos para completar o ensino secundário; e mais 5 anos para o curso universitário: 6 + 4 + 8 + 5 = 23 anos.2 Daí que o ponto E2 = 23 anos representa o 23º ano de vida do indivíduo que completou a formação na Língua, otimizando, academicamente, o conhecimento sobre ela.

Havendo Escrita há 5000 anos o grau em que se encontrava tem um paralelo a um momento da evolução da criança na Língua e na escrita. Se a escrita suméria estivesse no estado embrionário o paralelo seria o grau zero da criança na escrita, o momento em que entra na Escola Primária, para a iniciação do desenho das letras com a sua associação aos sons da língua que já usa amplamente.3 Mas a escrita suméria não estava no estado embrionário. “Pensa-se que, por meados do III milénio (a. C.) devia existir um certo número de escolas, através de toda a Suméria, pois chegaram-nos muitos textos escolares, à maneira de cadernos, a partir de 2500 a. C.. São centenas de tabuinhas de argila com exercícios escritos à mão pelos alunos…” “A escola não se ficou apenas ao nível primário. Com o desenvolvimento dos seus programas e métodos, tornou-se o grande centro da cultura e do saber dos Sumérios.” (Tavares, 1995, p. 21). “Atribui-se aos Sumérios o desenvolvimento da Matemática. Usavam uma combinação dos sistemas de base 10 e de base 60 (sexagesimal) para contar…” (Knight & Butler, 2006, p. 61). Ela estava desenvolvida paralelamente a um grau distante do primário da escrita infantil (entre o princípio e o fim do Ensino Primário), quando, lateralmente à escrita, a criança já domina suficientemente operações matemáticas elementares; em que o conjunto propõe o indivíduo, como num portal de entrada, para a cultura social, feita do saber linguístico e numérico, como reflexo do saber sumério. Esse momento pode considerar-se o meio do 1º Ciclo, a idade de 8 anos: quando o aprendiz transpôs a grafia das letras, das sílabas e das palavras associando-lhe um significado ativo, de si emergente, na redação depois do ditado. Daí que D2 corresponde aos 8 anos e:

D2E2 = 23 – 8 = 15 anos.

O homem levou 5000 anos desde o estado rudimentar da Escrita até ao seu limite, a língua moderna: o segmento D1E1. O indivíduo é extraordinariamente mais rápido na evolução correspondente: leva 15 anos. KDE será o coeficiente da lentidão do homem genérico quanto ao indivíduo no segmento DE.

KDE = 5000 / 15 = 333,3333

O que significa que o homem evoluiu 333,3333 vezes mais lentamente que o indivíduo desde o grau zero da Escrita até ao seu limite.

Seguidamente vamos calcular um coeficiente comparativo da evolução do homem e do indivíduo desde a origem da língua até à sua maximização. No indivíduo a primeira manifestação linguística significante está referenciada entre o 10º e o 15º mês, numa chamada palavra-frase ou palavra-abstração. Sobre a origem das línguas não há uma datação concisa, havendo opiniões que variam entre há 2 x 106 e 7 x 104 anos.5 Temos um ponto C2 preciso achando a média entre o 10º e o 15º mês de vida da criança:

N2C2 = (10 + 15) / 2 = 25 / 2 = 12,5 meses = 12,5 / 12 = 1,0417 anos.
E C2E2 = N2E2 – N2C2 = 23 – 1,0417 = 21,9583 anos.

Conhecem-se as variações volumétricas do cérebro desde há 4 x 106 anos. Como a grande alteração linguística, a origem da Linguagem Moderna, provocou necessariamente uma grande alteração no volume do cérebro, vamos fazer um estudo dessas variações.O volume do cérebro do homem atual varia ente 1200 e 1500 ml.6 A média desses valores será: (1200 + 1500) / 2 = 2700 / 2 = 1350 ml. Há 4 milhões de anos: 450 ml.7 Há 2,1 milhões de anos: 700 ml.8 Há 1,9 milhões de anos: 775 ml.9 E há 1,6 milhões de anos: 900 ml.10 Dispondo-os na vertical:

Homem atual                            1350 ml
Há 1,6 x 106 anos                             900 ml 
Há 1,9 x 106 anos                             775 ml
Há 2,1 x 106 anos                      700 ml
Há 4 x 106 anos                                 450 ml

O crescimento é sistemático na aproximação ao presente. Comparando os valores salta imediatamente ao olhar que nos 1,9 (4 – 2,1 = 1,9) milhões de anos mais distantes a variação foi muito menor que nos 1,9 milhões de anos recentes, com 700 – 450 = 250 ml contra
1350 – 775 = 575 ml; e isso diz-nos, nitidamente, que houve uma grande transformação linguística e ideológica há menos, talvez, de 2 milhões de anos: porque só esse fenómeno pôde ativar extraordinariamente a atividade cognitiva do cérebro, levando ao grande crescimento volumétrico. Interpolando matematicamente vamos obter o volume para a distância mínima referenciada pelos antropólogos, 7 x 104 anos, e ver se é verosímil.

(X – 1350) / (7 x 104 – 0) = (900 – X) / (1,6 X 106 – 7 X 104)
 (X - 1350) x (1,6 x 106 – 7 x 104) = 7 x 104 x (900 – X)
 (X – 1350) x 1,53 x 106 = 7 x 10x (900 – X)  
   1,53 x 106 x X – 1350 x 1,53 x 106 = 900 x 7 x 104 – 7 x 104 x X
1,53 x 106 x X + 7 x 104 x X = 2,0655 x 109 + 6,3 x 107
 X x (1,53 x 106 + 7 x 104) = 2,1285 x109
 1,6 x106 x X = 2,1285 x 109
 X = 2,1285 x 109 / 1,6 x 106
 X = 2,1285 x 103 / 1,6
 X = 1330,3125 ml.

Há 70000 anos o volume do cérebro era muito próximo do valor atual (1350 – 1330,3125 = 19,6875 ml); isso concorda com uma linguagem muito desenvolvida e muitíssimo distante da praticada há 2 milhões de anos atrás. A distância 70000 anos, referenciada para a origem da Linguagem Moderna, é um valor absurdo.

Subtraindo dois a dois: 1350 – 900 = 450 ml em 1,6 x 106 anos; 900 – 775 = 125 ml em
(1,9 – 1,6) x 106 = 0,3 x 106 anos; 775 – 700 = 75 ml em (2,1 – 1,9) x 106 = 0,2 x 106 anos;
e 700 – 450 = 250 ml em (4 – 2,1) x 106 = 1,9 x 106 anos. 


Vamos seguidamente calcular a variação desses valores por cada 100000 anos tomados como unidade de tempo.

450 x 105 / 1,6 x 106 = 450 / 16 = 28,125 ml; 125 x 105 / 0,3 x 106 = 125 / 3 = 41,6667 ml; 75 x 105 / 0,2 x 106 = 75 / 2 = 37,5ml;250 x 105 / 1,9 x 106 = 250 / 19 = 13,1579 ml.

Dispondo na vertical temos:

Homem atual: 1350 ml  
         28,125 ml  por cada 100000 anos
Há 1,6 x 106 anos: 900 ml 
         41,6667 ml por cada 100000 anos
Há 1,9 x 106 anos:775 ml 
          37,5 ml por cada 100000 anos
Há 2,1 x 106 anos: 700 ml 
          13,1579 ml por cada 100000 anos
Há 4 x 106 anos: 450 ml

Temos a maior variação entre 1,6 e 1,9 milhões de anos com 41,6667 ml por cada 100000 anos de evolução. Seguidamente, entre há 1,9 e 2,1 milhões de anos, a variação de 37,5 ml por cada 100000 anos de evolução. Pertencendo a maior variação volumétrica ao intervalo com extremos 1,9 e 1,6 milhões de anos, isso só nos garante aí uma intensa atividade cognitiva, emergente, certamente, de uma experimentação já longa da comunicação pela Linguagem Moderna, vinda do intervalo anterior. Efetivamente, a proximidade entre os valores dos dois intervalos, 37,5 ml e 41,6667 ml, admite, já, uma forte atividade cognitiva entre há 2,1 e 1,9 milhões de anos. Assim que a Linguagem Moderna instituiu-se entre há 2,1 e 1,9 milhões de anos; a comunicação ampliou-se e a cognição evoluiu de forte para intensa contornando o extremo comum dos dois intervalos, a distância de 1,9 milhões de anos: nele transitou-se de uma já grande variação volumétrica para uma ainda maior variação.

O ponto médio do primeiro intervalo é: (2,1 + 1,9) x106 / 2 = 4 x106 / 2 = 2 x 106 anos. Para favorecermos a aproximação ao extremo 1,9 milhões de anos só podemos apontar o ponto médio entre ele e o ponto médio que acabámos de obter: (2 + 1,9) x 106 / 2 = 3,9 x 106 / 2 = 1,95 milhões de anos.

A Linguagem Moderna surgiu há 1,95 milhões de anos pela racionalização dos sinais linguísticos e a evolução do Verbo. Como a evolução linguística tem a ver com a comunicação, pela proximidade e facilidade verbal, talvez à sua origem estivesse associada uma maior concentração tribal desenvolvida contornando o bipedismo, já longo, com a dispersão poligâmica contraindo-se na monogamia e sugerindo a uma nova estruturação social, a Família.


O TROPO NA ORIGEM DA LINGUAGEM


O TROPO NA ORIGEM DA LINGUAGEM

As línguas modernas são o resultado da evolução da Linguagem Moderna ocorrida remotamente na Espécie. Antes da Linguagem Moderna era a Linguagem Articulada. Na Linguagem Articulada os tropos eram os substitutos originais das palavras. A Palavra é um som métrico, de natureza técnica, , constituído pela associação de sons unitários, das letras e das sílabas; enquanto o tropo era um som espontâneo, grotesco ou animal, embora relacionado ao seu objeto, ou ao seu fenómeno, tal como acontece com a Palavra.

Talvez que um antropóide ancestral, sentado junto a uma ribeira numa tarde quente na sombra de uma árvore, emitiu, brincando com os pés no chão, os tropos para pé  e pó: e viu, nesse momento, que os dois sons se diferenciavam pelos sons unitários é e ó seguintes ao som comum p. E repetiu os sons pé e pó: mas agora como sons associados e não como os sons espontâneos que eram nos tropos: e nessa distinção foi do Tropo para a Palavra e converteu a Linguagem Articulada na Linguagem Moderna.

Onde nasceu a Linguagem Moderna? Se as distâncias das outras ocorrências fundamentais da evolução foram obtidas por extrapolação matemática na Linguagem Moderna obteve-se, no capítulo 3 do Anexo Histórico, por um estudo da evolução volumétrica do cérebro.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

CRÍTICAS


O Anexo Histórico desenvolve o estudo da evolução genérica do homem partindo do paralelismo entre a evolução do indivíduo e a evolução da espécie partindo da evolução das línguas. Para uma sua compreensão inicial coloco a sua introdução. Depois colocarei as introduções de Elevação ao Estado Bípede, sobre a verticalização e o Momento Bípede, e do Algoritmo da Verticalização Antropológica, o modelo matemático para a verticalização. As mensagens do blog contornarão, conforme o meu interesse, ou opção, do momento, temas dos livros.

 Os três livros completam a teoria da evolução desde sempre no estado embrionário, ou nulo, muito embora a disciplina seja do interesse de muitas universidades do mundo, partindo da de Cambridge.

Também que o meu interesse é interferir com os leitores. Pretendo, por isso, receber perguntas e críticas, que permitam a troca de ideias.

21 Agosto 2015
Arsénio Rosa

INTRODUÇÃO DO ANEXO HISTÓRICO

ANEXO HISTÓRICO

1 Introdução.

O Anexo Histórico faz o estudo do paralelismo da evolução ideológica e linguística entre
o homem, ou homem genérico, ou Espécie, e o indivíduo. Parte do princípio lógico que associa a cada momento da evolução individual um momento da evolução da Espécie; ou, por outras palavras, que as fases do crescimento individual, muito bem definidas metricamente pela Psicologia do Desenvolvimento, são imagens de fases ancestrais da evolução antropológica: dos comprimentos do presente as inequações matemáticas, impulsionadas por coeficientes comparativos das velocidades paralelas da evolução, traçam extremos de intervalos e o preenchimento da reta A1F1 do mapa.

O homem genérico evoluiu na linguagem sonora para atingir a Escrita e evoluir nela para o conhecimento atual; igualmente o indivíduo evolui na linguagem verbal para entrar na escrita e evoluir para a maximização linguística, embora teórica, ao completar um curso universitário na Língua. É esse o paralelismo lógico e de entrada deste trabalho. Da mesma forma que a criança evolui para a abstração saltando de organizador para organizador a infância humana evoluiu por organizadores equivalentes: ao 1.º Sorriso infantil, que admite uma futura atividade cognitiva, correspondeu o Reflexo Indutivo, que dotou um antropóide distante dum reflexo díspar da natureza original e tendente para uma segunda natureza, a natureza humana; ao limite do 1.º Sorriso correspondeu a Indução Ideológica, um reflexo de grupo e não individual como o Reflexo Indutivo de que partiu, que foi a primeira ampliação antropológica do particular para o coletivo; ao Eu, no reconhecimento do rosto materno que impõe ideologicamente à criança um outro, sugerindo-lhe a socialização, correspondeu a Ideia Embrionária, um fenómeno extraordinário, que abriu um segundo tempo antropológico elevando a genealogia da origem para a luz: e igualmente para todos os outros tempos da evolução individual houve uma correspondência ancestral.

As distâncias imensuráveis dos organizadores humanos, como das outras fases, demarcaram, métrica e sequencialmente, os organizadores do crescimento e as outras fases do desenvolvimento individual. Foram os tempos ancestrais da evolução da Espécie que codificaram o ADN para a determinação dos tempos correspondentes atuais. A vida particular é uma imagem, ou um paralelo, da vida da Espécie. O Anexo Histórico estuda matematicamente esse paralelismo partindo da evolução linguística que há 1,95 milhões de anos convergiu na Linguagem Moderna e há 5000 anos na Escrita, na Suméria.

Esse paralelismo é desde sempre aceite pelo pensamento académico. Defenderam-no, entre outros: Charles Darwin, Jean-Baptiste Lamarck, Ernst Haeckel, Fritz Muller, D. Pissarev, Mikhail Nesturkh, Desmond Morris e J. A. Mauduit..

O homem entrou na Escrita há 5000 anos e o indivíduo entra na escrita aos 8 anos de idade. Como o indivíduo atinge a maximização linguística ao concluir um curso universitário na Língua aos 23 anos (idade coincidente com o limite do crescimento do cérebro), ele é 5000 /( 23 - 8) = 5000 / 15 = 333,3333 vezes mais rápido do que foi a Espécie para ir da escrita original ao limite linguístico. O homem entrou na Linguagem Moderna há 1,95 milhões de anos e a criança emite a sua primeira palavra aos 1,0417 anos de idade: 1,95 x 106 / (23 - 1,0417) = 1,95 x 106 / 21,9588 = 88804,6889. O homem foi 88804,6889 vezes mais lento que o indivíduo a evoluir do zero da língua para o seu limite.

Naturalmente que o coeficiente KCE = 88804,6889 maior que KCE = 333,3333 assume o primeiro crescimento progressivo, de coeficiente para coeficiente, conforme o recuo no tempo ou afastamento do presente, traduzindo uma cada vez maior lentidão evolutiva. Esse crescimento maximiza-se no último coeficiente, KAE = 23,6588 x 106, que transcende extraordinariamente o fenómeno antropológico conduzindo à distância 3,1755 biliões de anos, “coincidente” com o valor apontado pela História para a origem da vida na Terra.

Também que o decrescimento sistemático dos coeficientes na aproximação ao presente conduz-nos a um KEF futuro menor que 1,2511 e a um tempo próximo de conversão desta era na seguinte, não como um fim e sim como um limite, um Estado Crítico. O Anexo Histórico transcende na origem a antropogénese e no fim o presente.

Considere-se a palavra ANEXO. Ela é um sinal que traduz a ideia de ligado, ou acessório; e
é uma abstração porque traduz o fenómeno não sendo o fenómeno, no caso do Anexo Histórico, este ensaio, o que acresce ao conhecimento antropológico acumulado até ao presente. Metricamente ela é composta por 5 letras, A, N, E, X e O, que se unem em 3 sílabas, A, NE e XO, sem que qualquer dessas letras ou sílabas (utilizadas numa infinidade de outras palavras) seja significante além da sua finalidade métrica, sendo, assim, abstrações físicas e laterais à abstração final, ideológica, da palavra anexo: logo que a palavra anexo, como qualquer outra palavra, é constituída por três abstrações, uma ideológica, ou semântica, e duas físicas, ou métricas, uma das letras e outra das sílabas. E em C1, há 1,95 milhões de anos, a Linguagem Moderna formou-se por palavras primárias, mas combinações sonoras, ou vocais, embrionariamente equivalentes na sua construção, uma vez que o que a distinguiu da Linguagem Articulada, abrindo caminho para a Escrita e as línguas modernas, foi a substituição do Tropo pela Palavra, ou da paixão pelo racionalismo da métrica, associados aos sinais.

Talvez que o hominídeo, aí, experimentado na vocalização dos sons numa musicalidade primitiva e útil velha quanto a Linguagem Articulada, notasse uma outra utilidade na associação dos sons unitários aos tropos, ou entre si, na ligação significante aos objetos, racionalizando os sinais e convertendo a linguagem grotesca na língua. O Tropo era já um sinal na vez do objeto, substituindo-o ideologicamente, e já uma abstração; mas uma abstração direta, ou imprimida pelos sentidos e emotiva, entre a ideia e a sua representação, e muito distante da abstração da Palavra, prolongada pelas duas abstrações métricas. Daí a Palavra ser um sinal três vezes mais complexo que a abstração do Tropo: e obviamente que o Tropo, com a Linguagem Articulada, precederam a Palavra e a Linguagem Moderna no percurso da evolução. E se o Tropo já era um sinal ideológico, a Ideia, como fenómeno evolutivo, precedeu a Linguagem Articulada.

O Verbo é um sinal não para um objeto e sim para uma ação, um fenómeno não objetivo, subjetivo ou abstrato. Logo que a invenção do Verbo foi a invenção de um sinal para uma abstração, uma abstração de abstração, ou dupla abstração. Temos o Tropo com uma abstração, o Verbo como uma dupla abstração e a Palavra com uma tripla abstração; e obviamente que a sequência na evolução foi: Tropo, Verbo e Palavra, com o Verbo anterior à Linguagem Moderna. E foi o impulso ideológico imposto pela dupla abstração do Verbo na comunicação que levou à conversão da linguagem primitiva na Linguagem Moderna.

Poderia pensar-se que a dupla abstração do Verbo, pela tensão dada por um sinal original dotado de dupla abstração ideológica, fosse mais difícil de obter que a tripla abstração da Palavra de uma só abstração ideológica e duas abstrações métricas, pondo-se a origem do Verbo depois da Palavra; mas não! Foi efetivamente o contrário. E foi o contrário, primeiro o Verbo e depois a Palavra, porque a métrica, como na abreviação de um desenho, muito bem definido, para o sinal linguístico, foi um fenómeno artístico, tendente à Arte e à proximidade da Escrita e da Civilização.




sábado, 1 de agosto de 2015

A VERTICALIZAÇÃO ANTROPOLÓGICA E OS MOMENTOS BÍPEDES


A verticalização antropológica deu-se do estado quadrúpede para o estado bípede, entre a horizontalidade pongídea e a verticalidade humana. Quais os momentos fundamentais desse fenómeno? O pensamento académico ligado à teoria da evolução aponta unicamente o Momento Bípede; mas o Momento Bípede não foi o único momento fundamental da verticalização.
A base de sustentação do corpo humano é o trapézio desenhado pelo assentamento dos pés no chão e delineado, esquematicamente, à esquerda e à direita pelas linhas que vão dos calcanhares aos extremos dos dedos grandes, os segmentos AE e DF, à retaguarda pelo segmento AD que vai de um calcanhar ao outro e à frente pelo segmento EF que une as extremidades dos dedos. Mas esse trapézio divide-se em duas áreas: uma grande, a área fixa, que vai da linha da retaguarda, AD, até à linha delineada pelas extremidades interiores das falanges proximais dos dois dedos, BC, a base ABCD; e outra pequena, a área móvel, determinada pela linha EF e a linha BC, a base BEFC. Se a área ABCD é fixa por corresponder ao assentamento da planta dos pés no chão a área BEFC é móvel por corresponder ao apoio articulado, ou das falanges, dos hálux.

O fenómeno da verticalização foi o da rotação do tronco desde os 0 graus, posição quadrúpede, até aos 90 graus, posição vertical bípede. E o bipedismo ocorreu quando o centro de gravidade do tronco, na rotação, caiu dentro da base de sustentação do corpo.

Estando de pé, a vertical que passa pelo centro de gravidade do tronco humano cai no centro do trapézio ABCD, em G. Nessa posição o homem encontra-se no equilíbrio total bípede. Se o corpo se inclinar para a frente ele evolui na instabilidade mas permanece estável enquanto a projeção do centro de gravidade não transpuser BC. Por isso mesmo a área ABCD é a base fixa da base de sustentação. Se o corpo se inclinar mais e a projeção do centro de gravidade atingir a área BEFC entra em equilíbrio instável porque a linha BC é um eixo de rotação do pé e o novo apoio, a base móvel, não é rígido e tem outro eixo de rotação, dado pela linha MN, determinada pelas articulações intermédias às duas falanges. E se o corpo se inclinar mais, com a projeção do centro de gravidade ultrapassando EF caindo fora da base AEFD, entra em desequilíbrio bípede.
Há, assim, três estados de equilíbrio: 1) Estável: quando o centro de gravidade cai sobre a linha GH, na área fixa ABCD; 2) Instável: quando o centro de gravidade cai sobre a linha HI, da área móvel BEFC; 3) Mais instável: quando o centro de gravidade cai sobre a linha IJ, da área móvel BEFC; 4) Desequilíbrio: quando o centro de gravidade cai fora da base AEFD e além de J, sobre a linha JL.

Ora, o fenómeno da verticalização experimentou esses três estados de equilíbrio, mas no sentido inverso. Se na posição quadrúpede a projeção do centro de gravidade do tronco primata caía em L (0 graus) ele percorreu o segmento JL, no sentido de J para L, para atingir a base móvel e entrar em equilíbrio instável. Em J o primata experimentou algum conforto na posição bípede: o Bipedismo Embrionário. O bipedismo instável durou o tempo do arrastamento do centro de gravidade no segmento JH; mas viveu dois tempos: o primeiro, percorrendo o segmento JI na base AEFD sujeita aos dois eixos MN e BC, de menor estabilidade; e o segundo, evoluindo no segmento IH na base AEFD sujeita só ao eixo BC, de maior estabilidade. Durante o tempo correspondente à rotação de J para H o primata sentia um conforto temporário na posição ereta que o obrigava a retornar à posição quadrúpede, mas um conforto progressivo, da evolução do Bipedismo Embrionário em J para o Momento Bípede em H. O Momento Bípede aconteceu quando a projeção do centro de gravidade caiu dentro da base fixa ABCD, em H. O Momento Bípede foi um fenómeno de grupo porque originou a seleção bípede, os cruzamentos sexuais exclusivamente bípedes, na conversão do Primata no Hominídeo.

O Bipedismo Embrionário aconteceu há aproximadamente 10,4002 milhões de anos quando o tronco se elevava nos 68 graus. O Momento Bípede aconteceu há aproximadamente 6,4462 milhões de anos nos 75,5225 graus. Daí que a rotação de BE para MB foi um movimento ancestral de 3,954 milhões de anos correspondentes a uma ascensão de 7,5225 graus.
E depois do Momento Bípede, durante um tempo extraordinário, a fêmea bípede voltava à locomoção quadrúpede durante a gravidez, entre o momento em que o peso do ventre deslocava a projeção do seu centro de gravidade para fora de ABCD e o parto. Esse retorno ao estado primitivo, equivalente ao das tribos não bípedes, foi visto, muito provavelmente, como uma desvirtuação feminina, algo insólito, de temer e místico, que elevou os machos relativamente às fêmeas. Foi, talvez, esse sentimento de superioridade que, associado à maior agilidade e liberdade do macho, causou o domínio masculino que só a atualidade está a contrariar. E esse negativismo original esteve na base das grandes crenças, do bem e do mal, com o mal em primeiro lugar e dominando até ao presente: e não foi por acaso que todas as encenações de Deus foram figuradas no masculino, que nas interpretações diabólicas, como do surrealismo de Bosch, surgem a prenhez e o nu femininos, que o pecado mortal saiu da dentada de Eva e a caixa de Pandora libertou todos os males do mundo. E é de admitir que a Família Embrionária, a raiz da sociedade moderna, só nasceu no momento em que a mãe prenha não voltou à locomoção quadrúpede.

Após o Momento Bípede a mãe bípede não se equilibrava de pé com a cria nos braços: porque o peso e o volume do bebé deslocavam o centro de gravidade do conjunto para a frente, projetando-o fora da base de sustentação fixa, no segmento HJ, ou HL. Pelo que o equilíbrio do abraço bípede deu-se muito afastado do Momento Bípede, ou de H, no sentido de H para G: talvez que aí, sentida com o abraço equilibrado a mãe emitiu emotivamente o seu som para filho, codificando-o, na modernização da linguagem. E é credível associar à emergência do sinal maternal uma ocorrência física, o Abraço Bípede, e uma ocorrência sensitiva, a origem do afeto parental, ou familiar, da família a emergir.

Contrariamente, se a mãe fixasse a cria nas costas, mesmo antes e próximo do Momento Bípede, em IH, ou JH, a projeção do centro de gravidade do tronco mais o filho deslocava-se favoravelmente sobre a linha JH, caindo sobre HG, dentro da base fixa ABCD, dando um equilíbrio bípede forçado ao andamento da fêmea não-bípede, ou primata: mas essa habilidade muito improvavelmente aconteceu. O que aconteceu, certamente, foi que o filho, já crescido, saltou para as costas da mãe. Também que o primata não tinha a noção do bipedismo efetivo e seria indiferente ao bipedismo espontâneo da mãe com o filho, não bebé, e que trepou para as suas costas. O que aconteceu, talvez, foi que a mãe bípede, após o Momento Bípede, deixou de ser bípede abraçando o bebé e só readquiriu o equilíbrio do conjunto quando ele cresceu e saltou para as suas costas: e essa evidência incompreendida mas ancestralmente repetida levou à opção de transportar o bebé à retaguarda. E é de admitir que o costume da mulher africana transportar o filho às costas foi aí adquirido.

Depois do Momento Bípede o centro de gravidade do tronco hominídeo evoluiu de H para G atingindo a Verticalidade Bípede (VB), (90 graus). E é óbvio que essa transformação foi muito próxima do presente e muitíssimo afastada do Momento Bípede: ela converteu o Hominídeo no Homem e a Barbárie na Civilização.

Assim que na verticalização aconteceram quatro momentos fundamentais: o Bipedismo Embrionário (BE) em J; o Momento Bípede (MB) em H; o Bipedismo Absoluto (BA), no segmento GH, quando o grupo, sem exceção, ou mesmo com a fêmea prenha, viveu a locomoção bípede permanente; e a Verticalidade Bípede (VB), em G, na amplitude de 90 graus.