Algoritmo numérico

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sábado, 26 de novembro de 2016

FAMÍLIA EMBRIONÁRIA

FAMÍLIA EMBRIONÁRIA

Depois da Tribo foi a Família Embrionária. Como a evolução social, na aproximação ao moderno, se deu entre a Linguagem Moderna (C1) e a Escrita (E1), tudo indica que foi aí que teve origem a Família Embrionária, o seu acontecimento fundamental. Em que lugar de C1E1 se fundou a Família Embrionária? Ou foi antes de C1?

A Família Embrionária não foi um fenómeno ideológico, nem linguístico, foi um fenómeno social: mas à sua origem esteve associado um fenómeno ideológico e da linguagem como em todos os outros acontecimentos da evolução. Há que saber qual foi esse fenómeno: sabendo-o, e porque tem um paralelo no crescimento individual, podemos encontrar o zero da instituição familiar, FE1.

A família original foi a mais simples em todos os seus componentes, porque, como em todos os outros acontecimentos, evoluiu do simples para o complexo. Estruturalmente foi triangular: mãe, pai e filho. Emocionalmente a ligação nuclear, do pai e da mãe, foi física, sem a paixão agregada ao namoro moderno. E dos sinais linguísticos afetivos, necessariamente associados à família, nas formas de tropos ou palavras para mãe, pai e filho, um deles, também porque não puderam nascer ao mesmo tempo, foi-lhe simultâneo.

É óbvio que a Família nasceu de um par bípede. Mas é inadmissível pensar que depois do Momento Bípede (6,4462 milhões de anos), ou mesmo posteriormente à origem da Linguagem Moderna (1,95 milhões de anos), se fundou a sociedade familiar partindo de uma das seguintes situações: 1) Um macho e uma fêmea adultos encontraram-se a sós e disseram um ao outro: quero que sejas a minha fêmea e quero que sejas o meu macho para vivermos os dois e criarmos os nossos filhos; 2) Um macho e uma fêmea com uma cria falaram-se dizendo: amanhã vamos partir com o nosso filho para vivermos familiarmente; 3) Um macho e uma fêmea isolaram-se para copular e gerar filhos para os criarem a sós. E isso foi impossível por muitas razões. Todas as noções implicadas, e que nasceram gradualmente partindo da família, do desenvolvimento cognitivo e da linguagem subjacentes, a paixão, os conceitos de marido, de esposa e de fidelidade, de mãe, pai e filho, com os seus sinais linguísticos indispensáveis à fluidez dos acordos, estariam, ali, na origem, convivendo em comum. O gerador macho, que vivia em sociedade tribal, onde a sexualidade era mutuamente cruzada, não podia ter a noção do filho, uma vez que entre a cópula e o parto havia um afastamento de nove meses ricos em cópulas e partos comunitários.

Mas já é admissível pensarmos que a família nasceu da finalização trágica de uma incursão afastada da gruta em grupo, como numa intempérie, em que só sobreviveram uma fêmea e um macho adultos. O par foi obrigado a recolher-se no primeiro abrigo, uma pequena gruta, onde o tempo decorreu e nasceu uma cria. Depois a vivência apertada, no abrigo e ao crescimento do filho, criou o primeiro sentimento afetivo racional (que conduziu ao desejo dos pais prolongarem a vivência triangular, ou da intimidade, com os filhos), ou paternal (do progenitor, que copulou e viveu exclusivamente com a gravidez até ao parto, compreendendo o fio sanguíneo, ou parental, entre si e a cria) enlaçado ao afeto maternal ancestral e não racional, da mãe. E essa possibilidade é plausível de estar próxima da verdade porque impõe o fenómeno físico antes do emocional, ou mesmo linguístico, porque à origem da família teve de associar-se a afetividade racional, triangular e não intuitiva, com o sentimento de pai e o seu sinal.

O racionalismo afetivo, consonante com o bipedismo e nunca com o seu passado, admitiria o sinal para pai imediatamente posterior ao Momento Bípede. Mas os sinais afetivos, de filho, de mãe e de pai, muito mais complexos que os sinais objetivos e subjetivos originais, do Tropo, do Verbo e da Palavra, surgiram posteriormente a eles, pela experiência longa da Linguagem Moderna. E se a ligação racional pai, mãe e filho, foi do «conjunto e a sua noção», ela ocorreu, muito provavelmente, próximo do Pensamento Numérico e muito depois da origem da Linguagem Moderna. A interseção das três condicionantes sugere o Pensamento Numérico, de há 1,1231 milhões de anos, como lugar próximo da Família Embrionária.

Foi o afeto paternal, porque na origem da família esteve o reconhecimento da cria pelo pai como sua completando o afeto do par pelo filho, que levou o calor maternal de animal, ou intuitivo, a racional, ou afetivo. Depois o alongamento da vivência apertada com o filho além da idade independente originou o afeto dele pelos progenitores (uma vez que o racionalismo afetivo foi, como é, da vontade e da idade “adulta”), um afeto suplementar no conjunto formado pelos três, mas pela vontade dos pais, desde o seu nascimento ou o sinal físico da sua presença, na prenhez. Primeiro foi o afeto racional paternal, depois o maternal e muito depois o do filho pelos pais, na evolução do conjunto afetivo. Se o afeto paternal gerou a Família Embrionária o afeto do filho pelos pais, que ocorreu muito depois, gerou, na afetividade cruzada completa, a Família, que veio até hoje. E a afetividade de segunda geração, que gerou os sinais para neto e avô, foi extraordinariamente distante da segunda e muito mais próxima do presente.

E é óbvio que no princípio só houve um sinal para filhos, filho, não distinguindo o género. E é óbvio que ele foi emitido pela mãe, uma vez que o progenitor ausentava-se imediatamente após a cópula e ele surgiu do sinal emotivo ancestral e animal. (“Anlage: meio de comunicação feito de atitudes, de gestos, de sons destinados a induzir uma resposta (meio habitual nos animais: uma gata a chamar o filho).” (Pepin, 1979, p.23)). Depois foi o sinal para mãe não emitido pelo filho, imberbe na linguagem, e sim pelos outros: talvez que ao ouvirem o sinal para filho emitido pela mãe bípede, disseram «mãe», fixando-o além da articulação ancestral mãe/filho. E o sinal para pai foi o último da formação triangular; e foi emitido certamente pela mãe numa reação sonora, ou linguística, à emoção do companheiro perante o filho acabado de nascer. Pelo que o sinal para pai completou o triângulo oral e surgiu no nascimento da Família Embrionária.

O Momento Bípede aconteceu na amplitude de 75,5225 graus com o centro de gravidade do tronco caindo dentro da base de sustentação real:71 mas logo após a mãe bípede não se equilibrava de pé com a cria nos braços: porque o peso e o volume do bebé deslocavam o centro de gravidade do conjunto para a frente, projetando-o fora da base de sustentação. Pelo que o equilíbrio do Abraço Bípede deu-se para a direita do Momento Bípede: talvez que aí, de pé com o filho ao colo, gritou a emoção aos ouvidos dos outros, levando-os à codificação compacta do sinal para mãe e libertando-o da articulação ancestral mãe/filho. E é credível associar à emergência do sinal maternal uma ocorrência física: o Abraço Bípede. E isso diz-nos, pela precedência do sinal maternal ao paternal, que a Família Embrionária ocorreu muito depois do Abraço Bípede. n71

Contrariamente, se a mãe fixasse a cria nas costas, antes do Momento Bípede, a projeção do centro de gravidade do tronco com o filho deslocava-se favoravelmente sobre a base de sustentação, dando equilíbrio ao conjunto: mas essa habilidade muito improvavelmente aconteceu. Também que o Primata não tinha a noção do bipedismo efetivo e seria indiferente ao bipedismo espontâneo da mãe com o filho, não bebé, às costas. O que aconteceu, talvez, foi que a mãe bípede, após o Momento Bípede, deixava de ser bípede abraçando o bebé só readquirindo o equilíbrio, do conjunto, quando ele cresceu e saltou para as suas costas: e essa ocorrência, incompreendida mas ancestralmente repetida, levou à opção de transportar o bebé à retaguarda. E é admissível que o costume da mulher africana transportar o filho às costas foi aí adquirido.

Conforme a cria adquiria volume e peso favorecia o transporte à retaguarda, levando o centro de gravidade à base de sustentação e aproximando-o, progressivamente, do seu centro, e desfavorecia o transporte à frente, afastando-o cada vez mais: o crescimento do filho impossibilitava o transporte frontal e favorecia o transporte atrás. O transporte bípede à retaguarda ocorreu antes do Momento Bípede; e o transporte frontal extraordinariamente depois: porque o crescimento rápido da cria opunha-se à progressão angular (rumo à verticalidade) insignificante da mãe. E o Abraço Bípede foi mágico: no individual, porque permitiu à mãe olhar de pé o olhar do filho (quando a frontalidade do olhar é essencial à linguagem e à comunicação afetiva, ou familiar); e no coletivo, porque foi um passo em frente no bipedismo, mesmo assim incompleto, uma vez que o Bipedismo Absoluto, da mãe prenha ereta até ao parto, foi muito depois.

Depois do Momento Bípede, durante milhões de anos, porque a verticalização demorou cerca de 444703,8508 anos por cada grau (c. 29), a fêmea bípede voltava à locomoção quadrúpede durante a prenhez, entre o momento em que o peso do ventre deslocava a projeção do seu centro de gravidade para fora da base de sustentação e o parto. Esse retorno ao estado primitivo, equivalente ao das tribos não bípedes, foi visto, muito provavelmente, como uma desvirtuação feminina, algo insólito, de temer e místico, elevando os machos sobre as fêmeas. Foi, talvez, esse sentimento de superioridade que, associado à maior agilidade e liberdade do macho, causou o domínio masculino que só o presente está a contrariar. E o negativismo original esteve na base das grandes crenças, do bem e do mal, com o mal em primeiro lugar e dominando até ao presente:72 e não foi por acaso que todas as encenações de Deus foram figuradas no masculino, que nas interpretações diabólicas, como do surrealismo de Bosch,73 surgem a prenhez e o nu femininos, que o pecado mortal saiu da dentada de Eva e a caixa de Pandora libertou todos os males do mundo. E é de admitir que a família original só nasceu depois do momento em que a mãe prenha não voltou à locomoção quadrúpede: porque, só aí, sem inquietação, a primeira exigência afetiva, o bem-estar do par foi de variável a fixo. n72 e n73

“…Na gestação, uma mulher saudável engorda entre 11 kg e 15 kg até a hora do parto. Em uma mãe que ganha 14 kg durante a gravidez, o peso extra fica distribuído assim: cerca de 2,5 kg de aumento no volume de sangue e do útero, 1,5 kg por causa da formação da placenta e do líquido amniótico, 3,5 kg do peso médio da criança, 2 kg em líquidos retidos pelo organismo e mais 4,5 kg de gordura nos seios, quadris, coxas e abdomen…:”: (Texto digital 1: Mundo estranho; (2016); Porque as mulheres engordam tanto na gravidez; (2016/12/5).

Numa grávida que ganha 14 quilos na gravidez só 3,5 são do peso da criança. E 4 quilos, da soma do peso do filho com o peso da placenta e do líquido amniótico, são muito mais peso e mais volume no ventre antes do parto que depois dele no colo, com o bebé: pelo que o equilíbrio da prenhez, no Bípedismo Absoluto, foi muito posterior ao equilíbrio do transporte frontal, no Abraço Bípede.

Além disso, a figura paterna emerge, a partir dos dois anos, entre os rostos que rodeiam a criança. O pai e a mãe passam a ocupar o seu lugar determinado, com as suas tarefas específicas…” “…No triângulo original o pai desempenha um papel menor, e a primeira imagem má é, por vezes, dificilmente compensada por uma melhor imagem, até à liquidação do complexo edipiano…” “Mas é a partir dos três anos e até aos seis anos e meio ou sete que se desenvolve realmente o complexo de Édipo…” “…Depois dos seis ou sete anos, a parte inconsciente da imagem paterna é atenuada por uma imagem consciente gravada e indestrutível…” “…Mas a escola infantil (pré-primária) já tinha exigido à criança atitudes novas e uma certa autonomia em relação à vida familiar. Para Denis Wallon, a professora desempenha o papel do pai na resolução do Édipo... O pai, sempre longe ou ausente, ainda não «separou» verdadeiramente a criança do casal maternal.” “Para a criança, existe mais ou menos transferência da autoridade do pai – e do seu modelo – para o professor. Para que haja harmonia entre estes dois objetos de identificação, a escola tem tentado, nos últimos anos, lançar uma «ponte» que atinja a família, em vez de viver em circuito fechado, como no último século. De resto, a criança não é capaz de assumir formas diversificadas de autoridade. Existe um arquétipo ancestral e inconsciente em que baseiam a palavra do pai, do professor, do juiz e do padre. Seria desejável, para terminar a liquidação do Édipo que, depois dos seis ou sete anos, o professor do rapaz fosse um homem e da rapariga uma mulher. Como é evidente, o ensino misto generalizado e a crescente enfeminização do corpo docente não o permitem.” (Pepin, 1979, p. 42, 52, 99, 100, 118 e 122).

O reconhecimento do pai pela criança tem dois momentos fundamentais: o primeiro no terceiro ano de vida e o segundo na liquidação do complexo de Édipo, entre os 6 e os 7 anos. Se só com a liquidação do Édipo a criança adquire uma boa imagem do pai, a imagem anterior não foi a do pai fraterno e foi a do chefe, de paralelo na Tribo: o que sugere que o tempo do crescimento entre o zero do complexo de Édipo, os 3 anos, e a sua liquidação, aos 7 anos, ou do reconhecimento elementar do pai e a sua finalização, é um paralelo entre a origem da Tribo e do tropo chefe e o zero da família, na origem da palavra pai e do «afeto paternal» quando da distinção do filho pelo progenitor. A indefinição da figura paterna, que nasce aos 2 anos e evolui para a definição entre os 3 e os 7 anos infantis, é paralela da conversão ancestral do chefe, pelo tropo, para o pai, já pela palavra, muito provavelmente. O complexo de Édipo, partindo do apego cruzado pelos pais, é do feminino e do masculino, mas converge na resolução triangular só pela figura paterna, o pai; da mesma forma na evolução foi o pai que completou a trilogia familiar, originando a Família Embrionária.

O chefe ancestral do pai é teatralizado na infantilidade dos 3 anos na autoridade, ou lei, que a novidade da escola, personalizada no Professor, representa além do par maternal, da criança com a mãe; e só um adjetivo comum a Pai, Professor, Juiz e Padre, como «líder», ou «chefe», pode conduzir a perceção infantil ao tempo ancestral da espécie; e é do «modelo» de pai, fora do afetivo e bom, não do pai, que a criança transfere a sua autoridade para o Professor. Tanto o professor, como o juiz e o padre, dominam sobre agrupamentos maiores: e foi assim com o chefe na Tribo. O papel menor, que a figura paterna representa ao olhar da criança de 3 anos no triângulo familiar, não pode deixar de ser uma reminiscência do papel suplementar, ou ausente, do progenitor, na evolução tribal anterior á família; e o tempo da conversão da má na boa imagem que a criança tem do pai, 7 – 3 = 4 anos, longo no crescimento individual, só pode ser um paralelo do tempo extraordinariamente longo entre a origem da Tribo e a origem da família, entre os estados embrionários de Chefe e de Pai. O pai pode não estar longe, nem ausente, mas a criança agrega-se muito mais precocemente à mãe, agindo geneticamente, influenciada pela ausência ancestral e longa do progenitor: é como se a figura psicológica, do complexo, remanescendo de há 10,0775 milhões de anos, se associasse oportunamente a uma personagem antropológica, e figurada, o Édipo, uma criança representando todas as crianças.

E a imagem paterna, entre os 6 e os 7 anos, assume-se na totalidade, gravada e indestrutível: e isso diz-nos que a memória fixa, nesse intervalo, a terceira figura afetiva, completando o triângulo familiar, quando a família existia desde o seu nascimento; paralelamente, na evolução, no zero da família, a memória, essencial ao futuro desenvolvimento da numeração, solidificou-se. Daí a admissão de a família ter nascido antes do Pensamento Numérico de há 1,1231 milhões de anos. Com efeito, quando o hominídeo distinguiu os sons pê, é e ó, de pé e pó, e proferiu depois pé e pó como palavras e não como tropos, construiu, e memorizou, a lei da Linguagem Moderna, quando antes a memorização dos sinais era intuitiva e animal: pelo que a ideia só há 1,95 milhões de anos transitou da animalidade para o estado hominizado, pela memória. Depois, com a Família Embrionária, a memória cristalizou o triângulo familiar nos seus 3 elementos: aí, talvez, o Homem Primitivo adquiriu a noção da unidade, o elemento primário da numeração, vendo que a família se compunha do par adulto «mais» 1 filho, dirigindo os seus esforços para a sobrevivência do conjunto, no que foi um novo modo de vida social.

O complexo de Édipo manifesta-se a partir do terceiro ano com a influência menor da figura paterna na mente infantil; mas a figura do pai interfere no crescimento infantil antes dos 3 anos, a partir dos 2: e associamos, paralelamente, este limite inferior, à origem do tropo Chefe, e da Tribo, na evolução: e esse paralelismo está correto porque verificámos que a distância 10,0775 milhões de anos corresponde à idade 2,2881 anos da criança.

Temos que aos 7 anos a criança reconheceu a figura paterna. Esse momento, da evolução infantil, é paralelo ao momento em que nasceu o afeto da cria pelo progenitor, muito posterior àquele em que o pai reconheceu a cria como sua: porque foi a partir do reconhecimento do filho pelo pai que o par o pressionou a ficar além da idade independente, a crescer no afeto familiar, donde veio a adquirir o afeto pelo pai, e pela mãe. Como é a partir dos 6 anos que a figura paterna começa a ocupar o seu lugar na mente infantil essa idade é paralela ao momento em que o pai reconheceu o filho: porque foi aí que nasceu o afeto familiar e o aperto afetivo à cria contra a independência animal anterior.

Assim que os 6 anos infantis, da liquidação do complexo edipiano ou do reconhecimento do pai pela criança, tem paralelo na origem da família, FE1, na evolução. E FE2E2 = 23 – 6 = 17 anos. Como FE1 se situa à direita de C1 KFE é menor que KCE.

KFE 88804,6889.

FE1E1 / FE2E2 < KFE FE1E1 / 17 < 88804,6889 FE1E1 < 88804,6889 x 17 FE1E1 < 1,5097 x 106 anos.

A Família Embrionária surgiu há menos de 1,5097 milhões de anos.



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