Algoritmo numérico

Algoritmo numérico
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sábado, 29 de outubro de 2016

ARTE PARIETAL

ORIGEM DA ARTE PARIETAL


Vamos ordenar na ordem decrescente, partindo dos 6 anos infantis correspondentes, no paralelismo, aos 8000 anos da Escrita Embrionária, as idades da evolução gráfica da criança.

1,5 anos: Interesse por riscos. 2 anos: Ímpeto na execução de garatujas. 2,333 anos: riscos circulares, esboços de traços angulosos, riscos, pontos e manchas. 3 anos: As garatujas simplificam-se e surgem novas formas básicas, como cruzes, círculos e linhas de delimitação do espaço da folha. 3,5 anos: Surgimento das primeiras imagens figurativas. 3,833 anos: Automatização do grafismo e tomada de consciência do desenho em linha da escrita do adulto. Transferência do grafismo do desenho para a escrita. 5,5 anos: Aperfeiçoamento do desenho que se torna uma composição deliberada de grafismos expressando uma realidade consciente ou inconscientemente pretendida.

Para posicionarmos esses momentos da evolução gráfica infantil na evolução da Arte Parietal vamos encontrar as idades paralelas da criança aos extremos dos períodos cronológicos de Leroi-Gourhan. Os resultados das interpolações apresentam-se num só esquema. Como o desenvolvimento do cálculo já foi exemplificado apresentam-se só os resultados para K, M2E2 E N2M2, este comprimento correspondente à idade infantil.

De (K4 – 333,3333) / (52000 – 5000) = (88804,6889 – 333,3333) / (1,95 x 106 – 5000) vem que K4 = 2471,2236, M2E2 = 21,0422 anos e N2M2 = 1,96 anos.

De (K5 – 333,3333) / (32000 – 5000) = (88804,6889 – 333,3333) / (1,95 x 106 – 5000) vem que K5 = 1561,0951, M2E2 = 20,4984 anos e N2M2 = 2,50 anos.

De (K6 – 333,3333) / (22000 – 5000) = (88804,6889 – 333,3333) / (1,95 x 106 – 5000) vem que K6 = 1106,5964, M2E2 = 19,8808 anos e N2M2 = 3,12 anos.

De (K7 – 333,3333) / (17000 – 5000) = (88804,6889 – 333,3333) / (1,95 x 106 – 5000) vem que K7 = 879,1928, M2E2 = 19,3359 anos e N2M2 = 3,66 anos.

De (K8 – 333,3333) / (12000 – 5000) = (88804,6889 – 333,3333) / (1,95 x 106 – 5000) vem que K8 = 651,7224, M2E2 = 18,4127 anos e N2M2 = 4,59 anos.

De (K9 – 333,3333) / (10000 – 5000) = (88804,6889 – 333,3333) / (1,95 X 106 – 5000) vem que K9 = 560,7661, M2E2 = 17,8327 anos e N2M2 = 5,17 anos.

Ao período Pré-figurativo da Arte Rupestre, de há entre 52000 e 32000 anos, corresponde, no paralelismo da evolução, o período entre os 1,96 e os 2,5 anos do desenvolvimento da criança. Ao período Primitivo, entre há 320000 e 22000 anos, corresponde o período infantil de extremos 2,5 e 3,12 anos. Ao período Arcaico, entre há 22000 e 17000 anos, corresponde o período infantil maior que 3,12 e menor que 3,66 anos. Ao período Clássico, de extremos 17000 e 12000 anos, corresponde o período infantil dos 3,66 aos 4,59 anos. E ao último período, limitado por 12000 e 10000 anos, corresponde o período entre 4,59 e 5,17 anos da evolução individual.

O ponto 1,5 anos do desenvolvimento infantil transcende, paralelamente, o tempo da classificação arqueológica da arte primitiva, porque se situa à esquerda do intervalo entre 1,96 e 5,17 anos. Essa transcendência (a calcular depois) é grande, porque os afastamentos genéricos crescem exponencialmente quanto aos intervalos da evolução individual, com a diferença 1,96 – 1,5 = 0,46 anos muito significante. O ponto 5,5 anos ultrapassa o intervalo infantil à direita não tendo paralelo no tempo total da classificação genérica, que varia entre os 52000 e os 10000 anos. O que significa que a grafia embrionária do homem primitivo, equivalente à entrega inicial da criança aos riscos, ocorreu muitíssimo antes dos 52000 anos, e que a correspondência aos 5,5 anos infantis, onde acontece a objetivação do desenho, se situa aquém dos 10000 anos e além dos 8000, da Escrita Embrionária, correspondente à idade de 6 anos.

Os dois pontos infantis, 2 e 2,333 anos, pertencem ao intervalo entre 1,96 e 2,5 anos, a que corresponde o período Pré-figurativo. Efetivamente, aos 2 anos, a criança traça garatujas com ímpeto, e aos 2,33 anos esboça traços angulosos, riscos, pontos e manchas, fenómenos gráficos pré-figurativos. O ímpeto aplicado pela criança na execução de garatujas pelos 2,333 anos obriga ao domínio da mão sobre o marcador; igualmente, o homem do período
Pré-figurativo, aquém dos 52000 anos, tinha de ter destreza manual, ao ponto de riscar, de forma ritmada e não casual, ossos e pedras, que chegaram até ao presente: na criança há o exercício de 2,333 – 1,5 = 0,833 anos experimentais e no homem primitivo a experiência ancestral de traçagens horizontais, para os domínios adquiridos.

O ponto infantil 3 anos pertence ao intervalo de extremos 2,50 e 3,12 anos, paralelo ao período Primitivo, já figurativo, entre os 32000 e os 22000 anos. Pelos 3 anos a criança, além de simplificar as garatujas e delimitar espaços com linhas amplas, desenha cruzes e círculos básicos. Ao delimitar o espaço da folha ela assume a noção de espaço anterior à de profundidade e fundamentais à realização geométrica. O círculo que traça já não é o círculo pré-figurativo dos novelos de garatujas e demonstra um salto no seu desenvolvimento. Os seus desenhos não são figurativos mas são geometrografias elementares que, depois, com o quadrado, o triângulo, o cubo, a pirâmide e o cone, apontam à geometria moderna, da Arquitectura, do Design e da Arte.

Aos 3,5 anos surgem as primeiras imagens figurativas. Essa idade enquadra-se no intervalo entre os 3,12 e os 3,66 anos cujo paralelo genérico é o período Arcaico, entre há 22000 e 17000 anos, de representações simplificadas mas mais desenvolvidas que as da fase anterior. Igualmente as primeiras figurações infantis são arcaicas, mas muito menos primitivas no envolvimento geométrico, de graciosidade pueril composta das linhas, pontos, riscos e círculos, dos estados que transpôs.

Os 3,833 anos da criança situam-se entre os 3,66 e os 4,59 anos a que corresponde o período Clássico limitado por 17000 e 12000 anos. No período Clássico houve um progresso no tratamento dos pormenores e nos 3,833 anos infantis atinge-se a automatização gráfica e a consciência do desenho em linha da escrita do adulto. Paralelamente os simbolismos pré-linguísticos, já compreendidos como tentativas de escrita, como a «Inscrição de La Pasiega», enquadram-se nessas distâncias, embora os signos isolados, ditos tectiformes ou claviformes, marcarem presença antes.

Como a arte primitiva transitou da postura horizontal para a vertical houve um momento em que a transição ocorreu. E se a Arte Parietal remonta aos limites dos períodos Pré-figurativo e Primitivo essa transição deu-se entre há 52000 e 32000 anos. Existem dois momentos da evolução infantil enquadrados no paralelismo desse tempo, 2 e 2,333 anos; não podendo ser irrelevante a existência de dois momentos no enquadramento quando nos outros só existe um: o que sugere que o segundo, 2,333 anos, respeita a essa transposição.

O primeiro momento, 2 anos, referente ao ímpeto na execução de garatujas, corresponde (com K = 2380,4854, M2E2 = 21,00412 anos e N2M2 = 1,9959 anos) à distância de 50000 anos, não deixando de concordar com o extremo mais afastado, embora com uma diferença de 2000 anos. No paralelismo literal, talvez que, nessa lonjura, o homem primitivo assumiu, nos rituais do dia-a-dia, uma aptidão que havia muito praticava irregularmente: traçar no chão.

O segundo momento, 2,333 anos, referente ao início do grafismo geométrico infantil, corresponde (com K = 1766,0668, M2E2 = 20,667437 anos e N2M2 = 2,3326 anos) à distância de 36500 anos. Talvez que, aí, depois de mais de 50000 – 36500 = 13500 anos de exercitações horizontais, o homem primitivo, praticamente vertical e no face-a-face com superfícies verticais, passou a riscá-las. (“…ao longo de centenas de milénios da nossa evolução, o volume do cérebro sofreu um aumento progressivo. Em harmonia com este aumento de volume, evoluiu também algo cada vez mais semelhante à consciência de nós próprios e do mundo que nos rodeia, até que, há cerca de 35000 anos, emergiu o ser humano… De tal maneira que, em determinados lugares, os homens começaram a criar obras de arte duradouras, pinturas rupestres, gravações, esculturas e modelagem…” (Jordan, 2003, p.25); “Há 45 ou 35 mil anos, conforme as regiões do mundo, a arte rupestre, da qual um primeiro brilho trazido por umas cúpulas indianas alumiara a noite dos tempos, nasce ainda do encontro de uma capacidade e de uma necessidade: uma capacidade cognitiva… resultado também da acumulação das experiências e das aquisições no decurso dos milhões de anos da sua história; uma necessidade nascida de contextos locais particulares… suscitando crenças e práticas rituais…” (Lorblanchet, 2009, p.72)). E fê-lo com duas novidades: de pé e com regularidade. O fenómeno da regularidade, emergente dos ritmos originais, foi fundamental às determinações artísticas do homem como o é na criança. Riscou paredes moles como desde tempos imemoriais riscava o chão de terra, com o dedo, uma cana ou um pau, e as interiores, de pedra, com pigmentos espontâneos e carvão.

“Não encontramos vestígio algum de arte no Paleolítico Médio (100000 a 50000 anos a. C.), salvo as cores que por vezes se encontram nos locais onde habitou o homem. Entretanto, ossos regularmente entalhados, assim como cavidades em forma de cálices, escavadas na rocha e frequentemente agrupadas duas a duas, traduzem já uma preocupação de ritmo. Pobres tentativas, supremos esforços desse homem tão primitivo do Neandertal que, antes de desaparecer para ceder lugar ao Homo sapiens, entrevia num vislumbre todo um mundo estético que era incapaz de criar.” (Mauduit, 1959, p. 86).

Foi há 50000 anos que se transitou da irregularidade para a regularidade das traçagens no chão. Aí a mão já era hábil na manobra de um riscador. O riscador substituíra o dedo na representação da ideia simples num desenho; o pau, utilizado correntemente desde o derrube ancestral de frutos, conectara-se ideologicamente: da evolução do simples para o complexo dessa conexão e da subjetivação do hábil nasceu a arte embrionária. 13500 anos decorridos, há 36500 anos, o apuramento do hábil levou à traçagem de pé, ou Arte Parietal. E 36500 – 32000 = 4500 anos depois, ultrapassada uma longa experiência manual e ideológica, dominou-se um riscador muito mais duro e exigente, como a lasca de granito sobre calcário, perpetuando-se o desenho na aventura figurativa.


Para trás 52000 – 32000 = 20000 anos de arte efémera, minimamente testemunhada, partindo da representação gráfica de uma ideia simples; para a frente 32000 – 10000 = 22000 anos de figurações fixas e signos ascendentes: depois a convergência na Escrita Embrionária, e na Escrita, a arte de traduzir graficamente ideias complexas. Com a Escrita Embrionária a arte convertia-se em Arte iniciando-se a Civilização.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

ORIGEM DA FAMÍLIA

ORIGEM DA FAMÍLIA

O Momento Bípede foi há 6,4462 milhões de anos; a Linguagem Moderna há 1,95 milhões de anos; o Bipedismo Absoluto há 1,5545 milhões de anos nos 86,5225 graus de amplitude;74 a Família Embrionária há 1,5097 milhões de anos nos (90 – (1,509 x 106 – 8000) x 444703,8508) = 90 – (1,5017 x 106 / 444703,8508)) = 90 – 3,376854051 = 86,6231 graus de amplitude; e o Pensamento Numérico há 1,1231 milhões de anos. A Família Embrionária surgiu a uma distância extraordinária do Momento Bípede e depois da Linguagem Moderna, já pela palavra; surgiu na mesma amplitude angular do Bipedismo Absoluto (diferença de 0,1006 graus correspondente a 44737,2074 anos); e surgiu próximo do Pensamento Numérico, ((1,5097 – 1,1231) X 106 / 444703,8508) = 0,8693 graus correspondentes a 386600 anos): conforme a ordem e a aproximação que a análise apontou.

Se a distância da Família Embrionária, 1,5097 milhões de anos, foi obtida do extremo menor da liquidação do Édipo, 6 anos, paralelo ao momento ancestral em que o pai reconheceu a cria como sua (com a abertura para o reconhecimento recíproco), a idade infantil correspondente ao momento em que o filho, na evolução, reconheceu definitivaqmente o pai, será 7 anos, o extremo maior. Se aos 7 anos o filho reconhece o pai essa idade é paralela ao momento da evolução em que a cria se estabilizou afetivamente além da idade animal independente, isto é, passou a viver em família, ou no afeto cruzado total.

Aos 1,95 milhões de anos, da origem da Linguagem Moderna, corresponde KCE = 88804,6889 e aos 5000 anos, da escrita suméria, corresponde KDE = 333,3333. Vamos calcular KFE, o coeficiente para a distância da Família Embrionária, 1,5097 milhões de anos, que se situa-se entre KFE e KDE.

(KFE - 333,3333) / (1,5097 x 106 – 5000) = (88804,6889 – 333,3333) / (1,95 x 106 – 5000) (KFE – 333,3333) / 1,5047 x 106 = 88471,3556 / 1,945 x 106 1,945 x 106 x KFE – 6,483332685 x 106 = 1,331228488 x 1011 1,945 x 106 x KFE = 1,337711821 x 1011 KFE = 1,337711821 x 1011 / 1,945 x 106 KFE = 68776,9573

Como a distâncioa da Família Embrionária é menor que 1,5097 milhões de anos KFE serà menor que 68776,9573.

KFE < 68776,9573 corresponde ao afastamento 1,5047 milhões de anos e à idade 6 anos. 23 – 6 = 17 anos. KDE = 333,3333 corresponde ao afastamento 5000 anos e à idade 8 anos. 23 – 8 = 15 anos. KFA será o coeficiente do afastamento da Família e da idade 7 anos. 23 – 7 = 16 anos.

Como os pontos intervenientes, FE1 (Família Embrionária), FA1 (Família) e D1 (Escrita) e os pontos da evolução infantil, FE2, FA1 e D2, são próximos na evolução generica e individual, podemos obter KFA interpolando para a idade correspondente, 16 anos.

(KFA – 68776,9573) / (16 – 7) = (333,3333 – 68776,9573) / (15 – 17) (KFA – 68776,9573) / -1 = -68443,624 / -2 -2 x KFA + 137553,9146 = 68443,624 -2 x KFA = - 137553,9146 + 68443,624 -2 x KFA = -69110,2906 KFA = 69110,2906 / 2 KFA = 34555,1453.

De KFE < 68776,9673 vem KFA < 34555,1453.

FA1E1 < FA2E2 x KFA FA1E1 < 16 x 34555,624 FA1E1 < 552882,3248 anos.

A essa distância corresponde a amplitude 90 - (552882,3248 – 8000) /444703,8508)) = 90 – 544882,3248 / 444703,8508 = 90 – 1,225270084 = 88,7747 graus.

A Família surgiu há aproximadamente 552882,3248 anos nos 88,7747 graus de amplitude. A essa distância atribui-se a separação genetica do Homem Moderno do Homem de Neandertal. A correspondência entre o ultimo acontecimento social e a última clivagem genetica afirma a distância no ângulo próximo da viragem para o ultimo grau da verticalização.


 cerca de 250 pessoas…[8]

sábado, 3 de setembro de 2016

COMENTÁRIOS

COMENTÁRIOS

O meu blog registou, até ao momento, 837 visualizações. O tema, evolução, e os seus conteúdos, prestam-se a uma leitura exclusivamente de interesse: e a comentários. Mas, até aqui, não houve sequer um comentário. Como criei o blog não só para divulgar as minhas ideias mas também para entrar em diálogo com os leitores sinto-me desiludido. Chego a duvidar se as 837 visualizações são reais: ou fictícias, na sua maioria.

Caro leitor, se estás aí, dá um sinal de ti. Só esse sinal me dará vontade para seguir com o blog.

Obrigado
Arsénio

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

A APRENDIZAGEM E OS TEMPOS ANCESTRAIS

OS TEMPOS ANCESTRAIS NA ORDEM  INVERSA  DAS DIFICULDADES DA APRENDIZAGEM.

A Linguagem Articulada surgiu há 25,01 milhões de anos. Uma distância extraordinária para o nascimento da linguagem, mas no seguimento às outras distâncias extraordinárias. Foi ela, associada à influência hereditária, um comprimento também extraordinário que originou, que levou a que todos os indivíduos (excepto os que têm carências cognitivas profundas) aprendam a linguagem oral plena ou minimamente.

A Linguagem Articulada surgiu há 25,01 milhões de anos, o Pensamento Numérico há 1,1231 milhões de anos e a Escrita há 8000 anos. E é nessa mesma ordem que o indivíduo cresce: primeiro aprende a linguagem oral, depois a aritmética e por último a escrita. No muito grande universo dos que aprendem a linguagem oral há um subuniverso, os que têm carências cognitivas e aprendem o mínimo, que não ultrapassam a aritmética elementar, como contar e somar moedas, e neste ninguém aprende a escrita. O grau de dificuldade dos fenómenos cognitivos fundamentais obedece à distância evolutiva paralela: a oralidade é fácil, o pensamento numérico elementar é menos fácil e a escrita é mais difícil.


E se as dificuldades coletivas da apreensão dos três fenómenos fundamentais obedecem à mesma ordem individual de os dominar isso diz-nos, inequivocamente, que a evolução individual é paralela à evolução genérica e que as aptidões particulares para os seus domínios respeitam a capacidades cerebrais inatas, intuitivas e hereditárias, desenvolvidas pelos tempos ancestrais da evolução da Espécie. 

domingo, 21 de agosto de 2016

A ORIGEM DA LINGUAGEM ARTICULADA E O CONTROLO DOS ESFÍNCTERES.

A ORIGEM DA LINGUAGEM ARTICULADA E O CONTROLO DOS ESFÍNCTERES.

A Linguagem Moderna surgiu há 1,95 milhões de anos com a conversão do Tropo na Palavra pela introdução da métrica nos sinais. Mas a métrica foi um fenómeno cognitivo muito desenvolvido. Qual era o estado de evolução do hominídeo dessa época primitiva?
A Linguagem Articulada teve de acontecer numa comunidade pequena. Isso porque o Tropo teve de nascer, implantar-se e divergir, de um ponto, que não podendo ser um indivíduo foi um pequeno grupo. Na linguagem moderna uma ideia nasce de um indivíduo e diverge dele; mas o Tropo original não foi uma ideia, não foi um sinal “criado”, foi um fenómeno antropológico, de convenção de um hábito comum, que divergiu de uma comunidade e não de um indivíduo: e os indivíduos intervenientes tinham de viver agrupados. Essa comunidade foi a primeira sociedade antropológica e esteve distante das tribos primitivas quanto o esteve a Linguagem Articulada. E por essa distância dos níveis afetivo e familiar esse grupo só se agregou por razões físicas, laterais à vivência florestal e impostas pelos rigores do tempo, na necessidade de abrigo; e a isso, associado ao carácter fechado do agrupamento, só responde um abrigo natural, sólido e duradouro: uma gruta.
Também que uma gruta como abrigo do grupo fundador da Linguagem Articulada concorda com um pormenor paralelo da evolução individual: o Controlo dos Esfíncteres. Pelo controlo dos esfíncteres antes dos 2,5 anos de idade1 a criança transpõe o estado incontinente que tinha desde o nascimento da mesma forma que, remotamente, ao saturar-se o ar fechado e húmido da gruta com defecações acumuladas o primata sentiu-se obrigado a suster as necessidades correndo para o exterior, num esforço impulsivo e depois voluntário contra os esfíncteres, oposto ao seu estado anterior de animalidade. O controlo antropológico dos esfíncteres assim como a origem da Linguagem Articulada exigiram uma comunidade remota: a mesma, muito provavelmente. Talvez que o primata, carente de frutos e bagas por ter optado pela segurança e o abrigo da gruta distante da floresta, incluiu carne, ou carne necrófaga, na alimentação, expelindo fezes não neutras como as do passado e saturando ao insuportável o recinto, ao mesmo tempo que o modo de vida reservado e coeso lhe impulsionou a comunicação. Como o primeiro tropo surgiu da convenção de um hábito é admissível admiti-lo na imposição de uns aos outros do controlo urinário e fecal. Com efeito, a criança sustém os esfíncteres para dar prazer à mãe como o primata os susteve por exigência comunitária, dando prazer ao grupo: e obviamente que o esforço repetido transitou de involuntário para voluntário no andamento ancestral.  
Não havendo razões para que a Linguagem Articulada, um fenómeno comunicativo díspar, na totalidade, da comunicação animal, acelerasse a evolução, esta seguiu contornando o mesmo coeficiente, 1,22 x 106, das transformações anteriores (KIE = KJE > 1,22 x 106:  da Ideia e do Encadeamento Ideológico). Contudo, há dois pormenores que levam a uma pequena alteração: 1) Sendo já o terceiro coeficiente na mesma grandeza, e da esquerda para a direita dar-se o decréscimo sucessivo, admite-se a troca do sinal de maior pelo de menor; 2) O facto de o controlo dos esfíncteres ser anterior aos 2,5 anos do crescimento da criança sugere um recuo de L1 em A1E1, que nega a alteração admitida do sinal de maior para menor: donde concluir-se como muito razoável optar pelo sinal de igual. Assim que KLE = 1,22 x 106.
L2E2 = 23 – 2,5 = 20,5 anos.

KLE = L1E1 / L2E2  
1,22 x 106 = L1E1 / 20,5  
L1E1 = 1,22 x 106 x 20,5  
L1E1 = 25,01 x 106 anos.2

A Linguagem Articulada surgiu Há 25,01 milhões de anos com o primeiro tropo. Há 1,95 milhões de anos o Hominídeo vivia uma experiência longa de (25,01 – 1,95) x 106 = 23,06 milhões de anos de comunicação avançada relativamente ao mundo animal. Foi essa longa experiência que permitiu a construção de sinais métricos.

1
“Desenvolver certos controlos, saber esperar, saber adiar a satisfação de um desejo e até mesmo tomar a iniciativa de uma suspensão do ato são necessários à criança que se desenvolve. Neste quadro situa-se também a educação dos esfíncteres que representa um ato voluntário, o qual vem substituir uma atividade reflexa. Também neste caso é um clima afetivo tranquilizador que favorece um bom condicionamento, pois a criança torna-se asseada para dar prazer à mãe…” “Paralelamente, efetua-se a educação da higiene que deve adquirir-se antes dos dois anos e meio. A criança é capaz de controlar voluntariamente os esfíncteres a pedido da mãe…” (Pepin, 1979, p. 36 e 37).

2
“… No período compreendido entre há 35 e 25 milhões de anos. Foi o período em que … os primeiros Primatas, a ordem dos mamíferos a que pertencemos, evoluíram e começaram a diversificar-se.” (Jordan, 2001, p. 9). Nesse espaço de tempo aconteceram a Indução ideológica, a Ideia, o Encadeamento Ideológico e a Linguagem Articulada. E aconteceu a separação do macaco Rhesus da linhagem humana: “Work on the genome of the rhesus macaque was completed in 2007, making the species the second nonhuman primate to have its genome sequenced.[37] Humans and macaques apparently share about 93% of their DNA sequence and shared a common ancestor roughly 25 million years ago.[38] The rhesus macaque has 21 pairs of chromosomes.[39]“Comparison of rhesus macaques, chimpanzees and humans revealed the structure of ancestral primate genomes, positive selection pressure and lineage-specific expansions and contractions of gene families.”"The goal is to reconstruct the history of every gene in the human genome," said Evan Eichler, University of Washington, Seattle. DNA from different branches of the primate tree will allow us "to trace back the evolutionary changes that occurred at various time points, leading from the common ancestors of the primate clade to Homo sapiens," said Bruce Lahn, University of Chicago.[40](texto digital; Google –RhesusMacaque; Fichler E., Lahn, B.;Wikipedia).



sexta-feira, 8 de julho de 2016

NO PRINCÍPIO NÃO FOI O VERBO

NO PRINCÍPIO NÃO FOI O VERBO

A Linguagem Moderna nasceu há 1,95 milhões de anos com a Palavra. A palavra, logo aí, foi um sinal sonoro composto como o de hoje, mas do mais simples, de apenas duas unidades, como pó. Se pó, de p + ó, foi uma Palavra pó, só, era um sinal compacto, ou Tropo. Antes da Linguagem Moderna com a Palavra foi a Linguagem Articulada com o Tropo. Os tropos, embora compactos e destituídos de construção métrica, eram sinais mais evoluídos, ou menos grotescos, que os sinais da comunicação animal de que partiram.
Os tropos já eram sinais na vez dos objetos, das suas relações e dos fenómenos: porque só isso admite uma comunicação intermédia à animal e humana. Houve tropos, por exemplo, para amora, para alto e para olhar: o primeiro para um objeto, o segundo para um adjetivo e o terceiro para uma ação, ou verbo. E é óbvio que primeiro surgiram os tropos objetivos, depois os subjetivos e por último, iniciando o terceiro segmento da linguagem primitiva, os verbais: porque é essa a ordem do menos para o mais abstrato com a carga abstrata associada à dificuldade da sua criação e ao tempo. E o terceiro segmento evoluiu do primeiro sinal verbal para a cobertura de todas as ações sociais por tropos.
O Momento Bípede foi há 6,4462 milhões de anos e o acontecimento sensitivo que lhe foi simultâneo foi o Verbo. Assim que o último segmento da Linguagem Articulada, da evolução dos tropos verbais e da convergência na Linguagem Moderna, demorou aproximadamente 4,4962 milhões de anos.
A Linguagem Moderna não é articulada porque é contínua, isto é, é completa, com tudo que existe na natureza real ou imaginada traduzido por sinais. E a linguagem primitiva era articulada porque não era contínua, ou seja, na ausência de sinais a sequência sonora era interrompida, ou articulada, por gestos.
As palavras e os tropos são e foram criações ideológicas. As abstrações são criadas contra os objetos que só se transformam. E só a ideia cria. Logo que a ideia foi anterior à linguagem que criou o Verbo. Foi a Ideia, a Linguagem Articulada, o Verbo e a Linguagem Moderna. No princípio não foi o Verbo.

8 Julho 2016

Arsénio Rosa 

quarta-feira, 22 de junho de 2016

A FABRICAÇÃO NA TRANSIÇÃO DA IDEIA PARA O ENCADEAMENTO IDEOLÓGICO. O SIGNO IDEOLÓGICO ANIMAL.

A FABRICAÇÃO NA TRANSIÇÃO DA IDEIA PARA O ENCADEAMENTO IDEOLÓGICO.  O SIGNO IDEOLÓGICO ANIMAL.

Nota preliminar:
A mensagem anterior recebeu 8 visualizações: 5 dos Estados Unidos da América, 2 de França e 1 de Portugal. Os visitantes dos EUA seguem o meu blog desde o início da sua publicação: um abraço para eles. Os visitantes de França seguem-no desde há algumas mensagens atrás de forma assídua e agradável para mim: dedico-lhes esta nova mensagem. E obrigado a todos.

Quando o primata de J1 ingeriu a baga derrubada pelo pau concluiu um encadeamento ideológico; mas um encadeamento ideológico espontâneo, e elementar, congénere aos fenómenos primários dos outros animais que se animam pela fome e as outras exigências orgânicas, sem nenhum efeito ideológico significante. O chimpanzé sempre usou o pau para retirar térmitas do ninho como para enlaçar camas; sempre desenvolveu encadeamentos ideológicos próximos dos do seu ascendente de J1, e continua sendo o primata que sempre foi: não evoluiu por isso. Não foi, consequentemente, o uso do pau nem o encadeamento ideológico elementar quem impulsionou a Ideia de I1 à linguagem de L1 e à abstração dos seus sinais. Também que o Encadeamento Ideológico é comum a muitos animais.
Um gato, próximo do meio-dia, sobe a um telhado térreo porque “sabe” que duma janela, mais ou menos a essa hora, uma mulher atira-lhe alimento. O seu instinto, nesse ato, completa um signo ideológico: a necessidade de comer, instigada pela refeição dos outros dias lançada daquela janela, é a ideia-de-signo; o meio-dia, momento central da queda do alimento e do posicionamento de espera, é o objeto-de-signo; e a admissão do alimento caído, a ingerir, é a imagem-de-signo. Mas o alimento não cai quando se senta: por isso ele olha, de vez em quando, só para aquela janela, memorizada, do segundo andar no meio de muitas janelas, realizando outro signo: o desejo de comer, despertado pela espera e pelo lugar, é a ideia-de-signo; aquela janela é o objeto-de-signo; e o sentido do alimento caindo da janela, para ser ingerido, é a imagem-de-signo. O primeiro signo foi impulsionado pela fome e o segundo pelo efeito de espera (dois fenómenos primários, embora o segundo mais desenvolvido que o primeiro): e entre a chegada e o momento em que come decorrem dois signos relacionados um com o outro, mostrando que a ação animal, e espontânea, conclui o encadeamento ideológico seguinte à ideia: mas um encadeamento estático, instintivo e não significante, movido pela fome.
A ideia animal existe presa ao instinto, é não-significante, quando a ideia humana é não instintiva, e significante. E a ideia de I1 transcendeu a ideia animal porque foi a Indução Ideológica, de natureza não instintiva, que a originou. A Ideia de I1 transcendeu todas as ações primárias, ligadas à fome, à sede, à reprodução, à demarcação de território (que esteve na base do conflito de G1I1) e à caça estratégica, orientadas por ideias e encadeamentos elementares, ou animais, atuais e anteriores, desde sempre, a I1. A ideia de I1 foi significante contra a anterior a I1, não-significante.
Um cão roía um osso no meio da rua. Mas sentiu a aproximação de um automóvel: olhou, levantou-se e fugiu, levando o osso. Naturalmente que ele podia ter fugido e deixado o osso: mas não foi isso que fez. À fuga o seu instinto associou a vontade de roer o osso, uma vontade movida pelo prazer de comer e não ideológica: no mesmo ato desenvolveu um encadeamento ideológico constituído por dois signos. A ideia-de-signo, do primeiro signo, foi fugir; o objeto-de-signo foi o perigo na aproximação do carro; e a imagem-de-signo foi a fuga, levando o osso. Ao levar o osso iniciou o segundo signo com a ideia-de-signo; o osso, levado, foi o objeto-de-signo; e a admissão de o roer depois foi a imagem-de-signo. No encadeamento ideológico a ligação dos signos deu-se da imagem do primeiro para a ideia do segundo, com o osso indo de acessório da fuga para diretor da admissão. No caso do gato a ligação deu-se pela espera do objeto do primeiro signo para a ideia do segundo: onde o tempo interferiu indiretamente.
Tanto na ação do gato como do cão existiu a vigilância, este atento ao trânsito e aquele à movimentação da janela; como existiu a admissão, no gato, da janela abrir-se para o lançamento do alimento, e no cão no sucesso da fuga com o osso; e em ambos a vontade de comer depois: e logo o tempo. Nos dois casos a vigilância foi de si para si, distinta da vigilância primata (como de muitos outros animais), esta ligada ao grito de alerta e aquela à necessidade individual. Nem num caso nem no outro foi associado um elemento estranho, como o pau, nas ações: pelo que a admissão, associada ao fator tempo, moveu-se pela fome e foi espontânea; como foi espontânea, e não artificial, a previsão do gato ver a janela abrir-se. E o tempo foi autónomo, implícito como em todas as ações; não foi conceptual nem métrico, como o admitido pelo primata de J1 ao guardar o pau. Mas o cão também guarda o osso no buraco aberto com as patas e tapado com o focinho: pelo que o tempo conceptual e métrico também não é exclusivo da nossa linhagem.

Pelo que não foi a Ideia, nem o Encadeamento Ideológico, nem a vigilância, a previsão e a admissão, do primata de J1L1, que conduziram à abstração linguística. Foi sim a ampliação do encadeamento ideológico para 2, 3, 4 e mais signos com a incorporação nas ações da métrica e da fabricação53 que conduziram à complexidade da comunicação e à necessidade da sua codificação linguística. É certo que o chimpanzé também limpa o pau para poder introduzi-lo no formigueiro, fazendo um duplo encadeamento e uma fabricação, podendo até guardá-lo admitindo o tempo: mas limita-se a essa habilidade, não a amplia nem a transmite ideologicamente aos outros; utiliza-a sem nenhuma finalidade coletiva, sem ser coletivamente instigado para o seu uso e sem ser enriquecida pela simultaneidade de todas as outras componentes. E o chimpanzé do presente é um antepassado distante.