VALOR ABSURDO PARA A ORIGEM DA LINGUAGEM
MODERNA.
Para
a origem das línguas não há uma datação concisa, havendo opiniões que variam
entre há 2 milhões e 70 mil anos.1
Conhecem-se
as variações volumétricas do cérebro desde há 4 milhões de anos. Como a grande
alteração linguística, a origem da Linguagem Moderna, provocou necessariamente
uma grande alteração no volume do cérebro, vamos fazer um estudo dessas
variações.
O
volume do cérebro do homem atual varia ente 1200 e 1500 ml. A média desses
valores será: (1200 + 1500) / 2 = 2700 / 2 = 1350 ml. Há 4 milhões de anos: 450
ml. Há 2,1 milhões de anos: 700 ml. Há 1,9 milhões de anos: 775 ml. E há 1,6
milhões de anos: 900 ml.
O
crescimento é sistemático na aproximação ao presente. Comparando os valores
salta imediatamente ao olhar que nos 1,9 (4 – 2,1 = 1,9) milhões de anos mais
distantes a variação foi muito menor que nos 1,9 milhões de anos recentes, com
700 - 450 = 250 ml contra 1350 - 775 = 575 ml; e isso diz-nos, nitidamente, que
houve uma grande transformação linguística e ideológica há menos, talvez, de 2
milhões de anos: porque só esse fenómeno pôde ativar extraordinariamente a
atividade cognitiva do cérebro, levando ao grande crescimento volumétrico.
Interpolando matematicamente vamos obter o volume para a distância mínima
referenciada pelos antropólogos, 70000 anos, e ver se é verosímil.
(X – 1350) / (7 x 104 –
0) = (900 – X) / (1,6 x 106 – 7 x 104)
(X
- 1350) x (1,6 x 106 – 7 x 104) = 7 x 104 x
(900 – X)
(X
– 1350) x 1,53 x 106 = 7 x 104 x (900 –
X)
1,53 x 106 x X –
1,53 x 106 x 1350
= 900 x 7 x 104 – 7 x
104 x
X
1,53 x 106 x X + 7 x 104 x X = 2,0655 x 109 + 6,3 x
107
X
x (1,53 x 106 + 7 x 104) = 2,1285 x109
1,6 x106 x X = 2,1285 x 109
X = 2,1285 x 109 / 1,6 x 106
X = 2,1285 x 103 / 1,6
X = 1330,3125 ml.
Há
70000 anos o volume do cérebro era muito próximo do valor atual (1350 –
1330,3125 = 19,6875 ml); isso concorda com uma linguagem muito desenvolvida e
muitíssimo distante da praticada há 2 milhões de anos atrás. A distância 70000
anos, referenciada para a origem da Linguagem Moderna, é um valor absurdo.
1
“O cenário biológico, em contrapartida, reconhece a linguagem humana como
resultado de um longuíssimo período de desenvolvimento evolutivo, remontando
provavelmente aos nossos antepassados hominídeos de há centenas de milhares, ou
talvez milhões, de anos. De acordo com este cenário, as línguas faladas há
100000 anos já teriam evoluído para um estado avançado, qualitativamente
semelhante ao revelado pelas línguas modernas…” (Ruhlen, 1998, p. 12). “Os
cérebros assimétricos do Homo habilis
(2 milhões de anos) indicam a insipiência do uso da linguagem… O equilíbrio do
cérebro no cimo da espinal medula, visível desde o Australophitecus (anterior imediato do Homo habilis), teria dado início às mudanças necessárias à flexão
da parte inferior do crânio e à posição dos maxilares, que posteriormente se
traduziram na capacidade de vocalização… É provável que os primórdios da
linguagem tenham surgido em grupos de Habilis…” “… Estes bifaces de pedra
lascada… (nalguns casos) revelam grande destreza manual. Os artefatos bifaciais
propriamente ditos começam a surgir nos registos arqueológicos africanos há
cerca de 1,5 milhões de anos… É provável que o fabrico mais padronizado de
machados de mão, que envolve mais faces e uma melhor previsão do produto
acabado, se tenham refletido num uso da linguagem mais estruturado e
estandardizado.” “…Com a criação do Homo
ergaster / erectus, o registo fóssil ganha consistência e deparamos com uma
forma humana muito mais parecida connosco do que as anteriores.” “Os achados
mais antigos do ergaster em África
remontam a 1,75 milhões de anos… Curiosamente, a laringe dos fósseis do ergaster/erectus, quando a têm,parece situar-se
num ponto intermédio entre a posição verificada nos australopitecos e nos seres
humanos modernos, reforçando a suposição de que o uso da linguagem estava a desenvolver-se, embora lentamente, a par da evolução física…” (Jordan, 2001, p.
26, 28, 30 e 31). “…Contudo, existem, pelo menos, dois antropólogos (Charles F.
Hockett e Robert Asher) que crêem que o australopiteco já possuía a linguagem
há cerca de 2 milhões de anos; outro (Franck B. Livinstone) pensa que a
linguagem e a proibição do incesto não aparecem até à época do Homo sapiens, há uns 70000 ou 150000
anos. Por meu lado inclino-me a crer que a vida familiar que se desenvolve a
partir do uso de utensílios, a utilização da linguagem, a cozinha e a divisão
do trabalho, devem ter-se estabelecido há entre 500000 e 200000 anos.” (Gough,
1977, p. 62).
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