O DOMÍNIO DA NATUREZA
O
ponto B2, o 26º dia de idade da criança, é o limite inferior do Primeiro
Organizador que se pode manifestar-se só aos 6 meses. Dando o Primeiro
Organizador o sinal duma futura “atividade cognitiva” e tendo ele um paralelo
na evolução, o ponto B1 representa a conversão de um animal comum num animal
particular, que, depois, adquiriu reflexos distintivos, ou “ideológicos”. Antes
de B1 o antropóide confundia-se nas ações reflexivas de todos os animais; o que
não deixa de ter paralelo no comportamento infantil, quando, no oitavo dia, a
criança passa a responder a sinais indiferenciados:
“O recém-nascido possui já o reflexo pupilar de contração perante a luz…” “A
partir do oitavo dia, a criança responde a sinais. Se estiver em posição de
mamar, volta-se para quem a tem ao colo – homem ou mulher...” “…Com dez dias o
olhar é capaz de se fixar num objecto luminoso e surge a coordenação das
pálpebras. A partir das três semanas, o bebé segue um objeto luminoso,
distinguindo-o, portanto, do fundo em que se move. A cabeça consegue voltar-se
vivamente como resposta a um ruído…” “…Se pusermos um dedo na palma da mão do
lactente, esta tende a fechar-se…” (Pepin, 1979, p.17 e 18).
Ao
espaço amplo, entre o 26º dia e os 6 meses, só pode corresponder,
paralelamente, um tempo ancestralmente amplo, para o desenvolvimento do
Primeiro Organizador genérico, de ponto médio B1.
Se o
Primeiro Organizador Infantil, o sorriso, é uma manifestação física muito
próxima da primeira-palavra (1,0417 – 0,5 = 0,5417 anos) o seu equivalente no
homem foi, no afastamento extraordinário à origem da linguagem, uma alteração
física distintiva, daí em diante, dos comportamentos desse animal dos dos
outros animais. E essa alteração só pôde ser cerebral. Mas a física do sorriso
transporta toda a evolução sensorial nascida com o Primeiro Organizador humano:
pelo que a alteração ancestral também foi sensorial. Física e sensorial: uma
alteração resultante certamente de uma anterior e longa transformação filética
que demarcou, aí, esse animal dos outros animais. Depois dela o antepassado
humano evoluiu para a harmonização crescente de todos os sentidos
concentrando-se no dos sons: este como o diretor sensorial tendente à
linguagem. Os segundo e terceiro organizadores infantis são só sensitivos, o Eu
e o Não, o Reconhecimento da Mãe e a Negação; e os segundo e terceiro
organizadores genéricos foram só sensitivos, a Indução Ideológica e a Ideia:
neles o cérebro evoluiu sobrepondo os reflexos ao instinto, desenvolvendo todos
os sentidos, da visão… e dos sons no condicionamento à comunicação futura.
Assim que a distância B1C1 foi de uma grandeza extraordinária contendo um
comprimento muito longo de evolução instintiva, ou espontânea, e outro de
evolução não instintiva, este já dirigido ideologicamente.
Depois
de B1, embora o antropóide evoluísse instintivamente, o seu apuramento das
sensações distinguia-se dos comportamentos instintivos dos outros animais,
opondo-se, por isso, à evolução espontânea: os reflexos instintivos comuns, que
obedeciam à lei natural, converteram-se nele em Reflexos Indutivos, por se
oporem a ela. Por em B1 nascer um fenómeno contrário à lei natural nasceu aí
uma outra natureza: nesta Segunda Natureza evoluiu um animal distinto que convergiu
no Primata, no Hominídeo e no Homem, depois de muitos milhões de anos de
evolução; lateralmente a esta nova natureza todos os outros animais persistiram
na natureza ascendente, a Natureza, ou Primeira Natureza, transcendente a B1 e
a F1. A reta original A1F1 é da Primeira Natureza e o segmento B1F1, contido
nela, é da Segunda Natureza: e é óbvio que a Segunda Natureza, em que
evoluímos, ou a que pertencemos, não é autónoma, sendo dependente da Primeira
Natureza.
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