ORIGEM
DA VERTICALIZAÇÂO
Se o habitat
original era o cimo das árvores o conflito G1I1 pressionou os primatas à
descida sistemática no tempo. Se o seu habitat
era o coração florestal tiveram de divergir do centro para a periferia. De G1
para I1, entre há 32,6138 e 27,2466 milhões de anos, foram ocupando
progressivamente planos mais baixos ao mesmo tempo que divergiram do centro para
o exterior. 5,3672 milhões de anos decorridos, em I1, ocupavam as orlas
florestais e viviam sobretudo no chão. Na emigração forçada do cimo para o chão
foram-se privando da luz; na emigração do centro para as periferias retornaram
à atração por ela: e a atração pela luminosidade dos exteriores, na aproximação
às orlas florestais, acelerou voluntariamente a dispersão. A ausência
prolongada de luz conduziu à decadência da pelagem.
Pela exposição da superfície corporal e
sujeitos abertamente aos climas rigorosos os primatas posteriores a I1
procuraram abrigos. Ao se protegerem, pela primeira vez, do sol, da chuva, ou
da neve intensos, com uma casca de árvore ou uma folha grande, experimentaram a
noção de agasalho. Essa noção permaneceu no seu estado embrionário durante
grande parte do tempo I1E1 (entre I1 e o presente), porque entre os grupos
expostos diretamente ao céu e os que se abrigaram, em retiros naturais, só os
segundos, espontaneamente protegidos, sobreviveram. A carência de abrigos
naturais diz-nos que foi um universo mínimo que sobreviveu.
Ao descerem do arvoredo e divergirem do
centro florestal os primatas de G1 sentiram a escassez de bagas e frutos
enquanto ampliaram o paladar socorrendo-se de tubérculos e raízes. Ao ocuparem
planos mais baixos adquiriram a tendência, sobretudo defensiva, de olharem para
cima, acompanhada, automaticamente, pelo impulso de elevação do rosto e da
cabeça e, por sequência física, da parte superior do corpo, o tronco: e essa
elevação evoluiu da tendência para a permanência conforme transitou da defesa
espontânea para o estado de alerta. Pelo estado de alerta os primatas
exercitaram os sentidos acelerando a conversão da Indução Ideológica em Ideia.
E o estado de alerta foi um fenómeno interventivo intermediário às
transformações físicas e psicológicas: ele reuniu à aferição dos sentidos a
necessidade da elevação corporal seguindo as janelas da visão e audição. A
elevação corporal genética iniciou-se muito próximo de G1; porque só isso
justifica que logo após I1, decorrido G1I1 e anulado o esforço corporal do
estado de alerta, prosseguisse a verticalização automática do esqueleto. A
verticalização nasceu de 5,3672 milhões de anos de elevação física intensa: com
essa intensidade decrescendo na aproximação a I1 e às savanas na redução do
conflito e da conversão da metamorfose esquelética de forçada, ou física, para
genética.
A elevação para o estado bípede, que se
concluiu quando o centro de gravidade do tronco, em elevação e rotação, caiu
dentro da base de sustentação do corpo no Momento Bípede, há 6,4462 milhões de
anos, durou aproximadamente (32,6138 – 6,4462) x 106 = 26,1676
milhões de anos. E dividiu-se em dois tempos: 1) Entre G1 e I1, durante 5,3672
milhões de anos, por esforço físico; 2) De I1 para MB, durante (27,2466 –
6,4462) x 106 = 20,8004 milhões de anos, por impulsão genética. Com
o bipedismo, no Momento Bípede, o Primata converteu-se no Hominídeo; foi uma
alteração física que originou essa transformação quando, há 1,95milhões de
anos, com a conversão da Linguagem Articulada na Linguagem Moderna, foi a
alteração ideológica que levou do Hominídeo ao Homem Primitivo. Prosseguindo a
elevação atingiu-se a verticalidade há 8000 anos, com a Escrita Embrionária. No
paralelismo entre a evolução ideológica e a verticalização esta deu-se entre G1
e EE com o impulso físico original, de G1I1, transcendendo a ideia e
originando-a.
Conforme
a diáspora evoluiu do centro para o exterior os planos inferiores foram sendo
mais povoados e insuficientes do alimento já naturalmente escasso. À tendência
da elevação imprimida pelo estado de alerta associou-se a necessidade
permanente de olhar o alto na procura de alimento, localizado, obviamente, nos
pontos mais elevados do arvoredo. À tendência da elevação psicológica do estado
de alerta associou-se uma física. Mas a ambas associou-se ainda outra, também
psicológica: ao serem empurrados para o chão iam sofrendo o afastamento do alto
tendendo a elevar-se pela nostalgia da origem. Essas três causas tornam
provável que em I1, muito mais terrestres que arborícolas (A soma dos períodos
quaternário e terciário, os mais recentes, é aproximadamente 60,02 milhões de
anos: “…o período terciário durou, no total, uns 59 milhões de anos. Durante
esse período imenso, os Prossímios evoluíram em Macacos que por sua vez
continuaram o seu desenvolvimento. A evolução dos Primatas produziu Macacos
antropomorfos arborícolas e, mais tarde, terrestres, entre os quais se
desenvolviam também os antepassados diretos do Homem…” (Nesturkh, 1972a, p.
76)), tivessem uma elevação aproximada aos 45 graus, uma vez que só essa
amplitude favorece o olhar frontal indispensável à linguagem futura. E o ver,
evoluindo de mecanismo da vigia para a comunicação, assumia-se como segundo
sentido depois do ouvir. E é de admitir que forçassem o esqueleto a elevar-se
para o olhar convergir com o som: e este vetor, extremamente sensitivo,
associou-se aos outros logo ascendendo sobre eles. O peso dos fatores
sensoriais sobre os físicos no esforço da elevação no tempo longo G1I1,
impôs-se tão fortemente que se fixou como código genético da verticalização,
dirigindo-a durante 27,2466 x 106 – 8000 = 27,2386 milhões de anos;
20,7924 milhões agindo só, até MB; e depois de MB associado à sexualidade
seletiva, bípede com bípede, uma novidade do Hominídeo sobre o Primata.
Esforçados na necessidade de elevação os
membros da frente foram-se libertando do solo; essa libertação
disponibilizou-os para outras aptidões (partindo das primárias de que tinham
partido, como o catar e a apanha de bagas e frutos) reflexivas dirigidas às
suas extremidades: as mãos. Em I1, praticamente subjugados à vida no solo, a
elevação era essencial, contínua e esforçada.
Depois de I1 os primatas ocupavam as orlas
florestais e as periferias. Os que ocupavam as periferias abrigaram-se; e saíam
dos abrigos buscando alimento na floresta: nos encontros entre grupos
geraram-se confrontos que de esporádicos foram a permanentes criando conflitos
depois do grande conflito. Para maior sucesso na apanha de frutos os primatas
periféricos sentiram a necessidade do prolongamento do braço para ir mais alto;
uma exigência que os incitou de uma incursão para outra conduzindo-os ao seu
alongamento artificial, no uso, embrionário, do pau.
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