O EMOTIVO, A PAIXÃO E A MÉTRICA, NA EVOLUÇÃO
LINGUÍSTICA ORIGINAL.
Entre
o Encadeamento Ideológico de J1 e a Linguagem Moderna de C1 nasceu a Linguagem
Articulada, em L1. Na Linguagem Articulada não existia o sinal para o Verbo e
os Tropos precediam as Palavras. Na ausência do Verbo a comunicação era
interrompida pelo gesto, substituindo-o, «articulando-se». Se em C1 a língua
possuía as caraterísticas essenciais das línguas atuais, designando-se moderna,
a criação do Verbo deu-se entre L1 e C1; em J1, (26,5350 – 25,0100) X 106
= 1,5250 milhões de anos antes da Linguagem Articulada, efetivamente, com o
tempo ampliando-se além do instante na noção temporal de «ir», e com o «fazer»,
subjacentes à vigilância e derrube, abreviava-se o Verbo expresso na ação experimentada
pelo sujeito. Essa precedência ancestral ao Verbo, na sua abreviação, impôs o
gesto na comunicação sonora: o fenómeno físico, e sensitivo, precedeu a
abstração semântica do Verbo, num grande passo da evolução sobre a perceção dos
outros animais.
Como
o Verbo nasceu entre L1 e C1, em V1, o segmento inicial L1C1 dividiu-se em dois
intervalos, L1V1 e V1C1, bem diferenciados pela desarticulação discursiva do
segundo relativamente ao primeiro. Em L1V1 evoluiu-se na Linguagem Articulada
com o gesto substituindo o Verbo, convergindo nele em V1; e em V1C1 a Linguagem
Articulada evoluiu da descontinuidade para a continuidade verbal pela presença
crescente, e divergência territorial, do Verbo. Se em V1 o discurso articulado
foi quebrado embrionariamente ele só se tornou contínuo próximo de C1; isso
porque só a fluidez comunicativa pôde ampliar cognitivamente o pensamento
levando-o do Tropo à Palavra e da Linguagem Articulada à Linguagem Moderna.
O
Tropo era um som associado ao fenómeno, e ao objeto, pela paixão, e restrito,
por a paixão centrar-se no indivíduo, à comunicação, e compreensão,
localizadas. Sendo um fenómeno pontual e o elemento fundamental do fenómeno
coletivo da linguagem, ele tinha, na sua estrutura, um vetor naturalmente
expansivo. Esse vetor foi favorecido depois de V1 pela fluidez imprimida pelo
Verbo. De V1 para C1 a fluidez linguística, como a língua, ampliaram-se
geograficamente, ao mesmo tempo que se racionalizou a paixão associada. A
paixão inicial, da abstração do Tropo e do indivíduo, ampliou-se para a do
Verbo e da rede, e racionalizou-se, seguidamente, a favor da prole. Primeiro
foi a emoção (do grito e do silêncio do alerta e da vigilância), depois a
paixão e por último a racionalização. Com a racionalização o desenho do sinal
de instintivo passou a métrico originando a Palavra, feita da soma de
comprimentos, das letras e das sílabas. E a paixão libertou-se para as ligações
afetivas que levaram à Família Embrionária.
Ao
racionalizar-se o som associado ao objeto «árvore» deu-se a sua estabilização
na palavra árvore, compreendida por todos os indivíduos que falam a língua
portuguesa. Um exemplo numa língua contemporânea, numa imagem de qualquer
língua moderna. Ao pronunciar-se a palavra árvore associa-se-lhe o objeto
árvore: assim que a palavra árvore é um sinal de natureza física a que a ideia
associa o objeto árvore como imagem. E igualmente o sinal original, ou Tropo,
muito distinto do som da palavra árvore, associava o objeto árvore a quem o
compreendia: assim que o Tropo era já um sinal substituindo o objeto árvore,
uma abstração do mesmo teor da contida na Palavra.
E
essa associação da abstração ao sinal sonoro já acontecia em I1, na origem
embrionária da ideia.. Apenas que em I1 a comunicação resumia-se ao grito
emotivo do alerta, desagregado, simbolicamente, dos objetos que o Tropo de L1
identificou e substituiu; e foi essa emoção, impulsionada ideologicamente e
longamente experimentada, (27,2466 – 25,0100) X 106 = 2,2366 milhões
de anos, entre I1 e L1, que impregnou de paixão o sinal seguinte: a emoção,
antes expansiva, sintetizou-se na paixão, na transferência do grito animal para
a abstração da língua, na associação dos sons aos objetos. Mas a abstração não
é um fenómeno animal e transcende a ideia primária. A abstração anterior a L1,
de I1, era da ideia impulsionada pela Indução Ideológica e o Reflexo Indutivo
contrários à lei natural. Foi essa oposição à lei natural que conduziu a ideia
animal à emoção, à paixão, ao métrico e ao afetivo.
Se o
Tropo de L1 determinou a abstração linguística, a Palavra de C1 convencionou-a
negando a sua propagação arbitrária e abrindo caminho ao método e consistência
das línguas emergentes. Mas a convenção dos sinais sonoros não era rígida,
obviamente, mesmo com a Palavra de C1: por isso a Escrita de D1 desenhou a
palavra cristalizando-a, como à abstração contida, no último grau da convenção.
Em D1, como hoje, ao ler-se a palavra árvore, associava-se-lhe, como se lhe
associa, o objeto árvore, a imagem de quem a imprimiu.
Poderá
dizer-se que a palavra árvore se associa apaixonadamente ao objeto árvore, que
ao proferi-la, num recinto fechado, abafado e nu, somos sugestionados ao verde
e frescura do arvoredo; só que esse fenómeno acontece com a mesma intensidade
com a palavra tree, extremamente
distinta no comprimento e no efeito fonético, nos utilizadores da língua
inglesa para o mesmo objeto: donde depreender-se que a paixão associada às
línguas é uma paixão racionalizada pelo método e díspar da paixão inicial, já
dirigida pela vontade na associação do sinal ao objeto, depois do grito animal,
e emotivo, do alerta. E consequentemente que a abstração comunicativa evoluiu
do emotivo para a paixão e o racional, ou métrico,do alerta animal, da
Linguagem Articulada e da Linguagem Moderna.
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