OS TRÊS ORGANIZADORES GENÉRICOS
Entre o vigésimo sexto dia e o sexto mês
a criança emite o Primeiro Sorriso, o indício duma futura atividade cognitiva.
Ao Primeiro Sorriso chama-se o Primeiro Organizador do crescimento. Depois, no
oitavo mês, a criança reconhece o rosto materno, ou o outro, fixando o sinal
cognitivo emergente do primeiro sorriso. A esse acontecimento chama-se o Eu, o
Segundo Organizador do crescimento. Depois, no décimo quinto mês, a criança
inicia a fase da oposição, o Não, ou Terceiro Organizador do crescimento. Pela
negação, partindo da imagem da mãe, a criança constrói a sua identidade,
distinguindo-se dos que a rodeiam.
O Primeiro Sorriso, o Eu e o Não são os
organizadores do crescimento individual. Da mesma forma que no indivíduo a Espécie
evoluiu por organizadores. Se o vigésimo sexto dia demarca o limite inferior do
primeiro sorriso esse momento corresponde à afirmação do Reflexo Indutivo na
Espécie, o ponto mais distante da oposição à lei natural. Se o sexto mês é o
limite máximo para a ocorrência do Primeiro Sorriso ele, esse momento,
corresponde, na Espécie, à conversão do Reflexo Indutivo, um reflexo particular
e espontâneo, na Indução Ideológica, um reflexo de grupo e organizado. E é
assim porque a conclusão do Primeiro Sorriso certifica um futuro diferenciado
da mesma forma que a Indução Ideológica demarcou a conversão do animal inferior
no antropóide, ou a segunda natureza contra a primeira. Depois, ao Eu, o
primeiro sinal ideológico infantil por reconhecer o outro e determinar o arco
entre o eu e o não-eu, correspondeu o Terceiro Organizador da Espécie, a Ideia.
À soma dos tempos ancestrais do Reflexo
Indutivo e da Indução Ideológica na evolução da Espécie corresponde o tempo que
vai da origem do Primeiro Sorriso, o vigésimo sexto dia, ao oitavo mês, da
ocorrência do Eu, um tempo longo no crescimento individual. E se o Não detém a
complexidade da oposição comportamental ele transcende, na Espécie, os seus
organizadores que, obviamente, se completaram com a Ideia elementar.
“O oitavo mês é o momento do segundo
organizador… A criança identifica, então, o rosto materno; surge o Eu. …Mas, ao
reconhecer a mãe, dá provas da possibilidade de julgamento…” (Pepin, 1979, p.
25 e 26).
“É
precisamente no 15.º mês, com a aprendizagem do «Não»,
que se anuncia «o terceiro organizador»… É, portanto, aos
15 meses que o gesto motor se coloca ao serviço de uma ideia abstrata de
negação. E este progresso é considerável, pois supõe que a criança adquiriu a
faculdade de julgar e de se opor…” (Pepin, 1979, p.34).
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