INFLUÊNCIA HEREDITÁRIA PARA A APRENDIZAGEM
DAS LÍNGUAS NO INDIVÍDUO
A
evolução foi contínua, como é óbvio: iniciou-se no princípio da vida e veio até
ao presente. Para chegar a essa distância, da Origem da Vida na terra, tinha
duas opções: 1) seguir, simplesmente, o ponto de referência apontado pelos
livros de história, 3 mil milhões de anos;1 2) obtê-la partindo dos
coeficientes que já conhecia KDE e KLE, das origens da Escrita e da Linguagem
Moderna. Por razões específicas ao desenvolvimento do meu trabalho, que explicarei
na mensagem seguinte, optei pela segunda opção. Por ela, ou fosse pela outra,
exigia-se o estudo da influência hereditária no indivíduo para a aprendizagem
das línguas. Essa distância, a obter nesta mensagem, é imprescindível à
mensagem seguinte sobre a Origem da Vida na Terra.
A
criança emite a sua primeira palavra aos 1,0417 anos de idade. A partir daí
desenvolve rapidamente a linguagem, tal que, por volta dos 2 anos, pode
pronunciar cerca de 300 palavras: essa facilidade não foi aprendida e foi herdada;
é uma capacidade genética, ou hereditária. Se é hereditária, na regra
matemática, que exige comprimentos, ela ultrapassa o nascimento, ou a conceção,
indo ao tempo dos pais, ou dos avós. Esse prolongamento do tempo do indivíduo
para o seu passado tem paralelo em A1F1, quando o Reflexo Indutivo, de B1, teve
de ter influência do que o precedeu na linha genealógica, não só ao nível
reflexivo mas também orgânico, uma vez que o que o originou foi uma
transformação, ou adaptação, cerebral.2 E, sendo uma particularidade
genética, ela ultrapassa a conceção, M2, para a sua esquerda, indo ao tempo dos
pais e dos avós. Admita-se que a influência vem no mínimo dos pais e no máximo
dos avós.
No
mínimo dos pais, como primeiro extremo, A´´2, é óbvio, porque se a influência
hereditária é genética ela vem, certamente, dos pais, 2. E o segundo extremo
será no máximo dos avós: porque, ao irmos trabalhar com um comprimento, ele será
multiplicados por 6, de 4 avós, 2 maternos e 2 paternos, e 2 pais, resultando
numa grande distância para o extremo mais afastado, A’2.
Se a
influência hereditária dos pais termina no momento da conceção, ou ligação
genética, o seu comprimento será obtido, individualmente, pela subtração do
tempo da gestação, 9 meses (9 / 12 = 0,75 anos), à idade média dos pais no
parto. Isso vale também para os avós porque a influência genética sobre os
netos, através dos filhos, delineou-se na conceção destes.
Sabendo-se
que a idade média da mãe no parto a nível mundial é 27 anos; e admitindo para o
pai uma idade maior dada pelo desvio do caso português temos 27 + 2,7352 =
29,7352 anos: e a idade média desses dois valores será: (27 + 29,7352) / 2 =
56,7352 / 2 = 28,3676 anos. O comprimento da influência hereditária de cada
interveniente é: 28,3676 – 0,75 = 27,6176 anos. Assim que:
27,6176 x 6 + 0,75 + 23 >
A2E2 > 27,6176 x 2 + 0,75 + 23
165,7056 +0,75 + 23 > A2E2 > 55,2352 +
0,75 + 23
189,4556 anos > A2E2 > 78,9852 anos.
E o ponto médio desse
intervalo será: (189,4556 + 78,9852) / 2 = 268,4408 / 2 = 134,2204 anos.
1
“…
Isto é válido para todos os organismos de todas as épocas, mesmo desde o início
da vida (transição abiótica-biótica), há 3 biliões de anos. De qualquer forma,
as células, que são sistemas orgânicos já altamente complexos, existiam há 2
biliões de anos… Não há motivos para supor que no passado o mecanismo que
presidiu à evolução dos organismos tenha obedecido a leis diversas das que
atuam no presente.” (Heberer, Kurth & Schwidetzky, 1979, p.355). “As
camadas de sedimentos acumulados ao longo dos tempos geológicos, constituindo
verdadeiros registos do passado da Terra, permitem datar os restos fossilizados
dos primeiros seres vivos. Os mais antigos fósseis conhecidos dizem respeito a
algas e bactérias encontradas (por E. S. Berghoorn em rochas sedimentares do
Canadá) em camadas com mais de 2 mil milhões de anos. Certos cálculos teriam
mesmo permitido atribuir às bactérias encontradas em rochas da África do Sul,
cerca de 3 mil milhões de anos.” “Graças aos recentes trabalhos de A.
Katchalsky, L. E. Orgel, C. Ponnamperuma, J. Rabinowitz e G. Steinman, pode
hoje considerar-se que a grande maioria dos tipos de moléculas essenciais aos
organismos biológicos, poderia ter sido sintetizada por vias puramente
abióticas.” (Rosnay, 1977, p.102 e 136).
2
Admite-se
como certo, com bastante segurança, que os antepassados imediatos dos Primatas
foram pequenos Mamíferos insetívoros terrestres do fim do cretáceo da era
mesozóica, que viveram há mais de 60 milhões de anos. Nos antepassados dos
Primatas, o olfato era muito desenvolvido…” “No fundo das cavidades nasais e
nas suas paredes laterais, encontram-se os três cornetos do nariz (superior,
inferior e médio). O recém-nascido possui um quarto corneto, o de Santorini,
que desaparece mais tarde, em 50 a 75 por cento dos casos.” “É muito raro haver
no Homem um quinto corneto. Os casos de conservação do quarto ou do quinto
cornetos comprovam que os antepassados do Homem tinham um olfato muito mais
ativo…” “E se as modificações do analisador olfativo ocorreram devido às
influências do meio exterior, o mesmo se tem de dizer do analisador tátil,
porque o ato de trepar às arvores agarrando os ramos provocou a formação não só
de pés prensíveis providos de unhas, mas de mãos também prensíveis e com unhas…
É um ponto capital para os Macacos a circunstância de poderem manter o
equilíbrio quando trepam às árvores ou saltam de um ramo para outro. Esse
equilíbrio cumpre-se devido ao desenvolvimento de órgãos especiais – em
primeiro lugar, o aparelho vestibular do ouvido interno e o cerebelo. Os
movimentos dos pés e das mãos são coordenados por esses órgãos.” “A
participação dos membros na locomoção estava estreitamente ligada ao analisador
visual que, por sua vez, evoluiu muito… Por outras palavras, a visão binocular
aparecia nos Primatas, desenvolvia-se e tornava possível a visão estereoscópica
dos objetos…” “As modificações dos analisadores olfativo, tátil e visual dos
Primatas dependeram de um conjunto de fatores complexos e de influências
externas…” “Assim, é antes de tudo aos seus antepassados simiescos que o Homem
deve a visão binocular. Deve-lhes ainda a faculdade de ver o mundo a cores. Com
a sua visão tricromática, o Homem aproxima-se sobretudo dos Macacos do Velho
Mundo…” “O analisador acústico, especializado na distinção dos ruídos da
floresta e de significação vital, adquiriu, ele também, uma importância de
primeira ordem…” “Os Macacos estão sempre à escuta dos sons emitidos pelos
outros membros do bando. Alguns desses sons adquirem a importância de sinais…”
(Nesturkh, 1972 b, p. 113, 115, 119. 120, 121, 123 e 126). “… Há cerca de 55
milhões de anos, os primeiros primatas, semelhantes a algo que hoje
reconheceríamos como tárcios e lémures, floresciam na América do Norte… Estes
seres foram os primeiros da linha dos primatas a exibir uma caraterística digna
de nota nesta ordem: em relação ao tamanho do corpo, o cérebro era maior do que
é vulgar no mundo animal. Cérebros grandes em relação ao corpo indicam
inteligência numa determinada direção…” (Jordan, 2001, p. 10). “No
tronco cerebral de todos os Primatas, incluindo o Homem, verifica-se um esboço
de segmentação. Esta é muito mais nítida na medula espinal, onde surge na saída
regular de pares de feixes espinais sensitivos e abdominais motores, enquanto
que, no tronco cerebral, se manifesta na disposição simétrica dos doze pares de
nervos cranianos. Uma segmentação dessas denota que o Homem tem quadrúpedes
entre os seus antepassados bastante próximos e vertebrados inferiores entre os
membros mais recuados da sua genealogia.” (Nesturkh, 1972b, p. 128 e 130). “A.
Severstov (1886-1936) mostra que o desenvolvimento do feto de um vertebrado
atual nos dá mais uma ideia das formas embrionárias que das formas adultas dos
nossos antepassados, porque numerosas modificações substanciais e hereditárias
se completam durante o desenvolvimento fetal e se repercutem na estrutura das
formas adultas, nas gerações subsequentes.” “Todavia, está fora de dúvida que o
estudo das formas embrionárias permite apreender determinadas particularidades
de estrutura das formas ancestrais adultas, tanto mais que a reprodução e a
transmissão dos caracteres são efetuados por adultos e não por embriões.” “Nos
estádios precoces do desenvolvimento fetal, a divisão celular lembra a formação
dos metazoários a partir dos protozoários, fenómeno que provavelmente se
desenrolou durante a era proterozóica…” “…A estrutura segmentada da musculatura
do feto humano atesta a existência, num passado muito longínquo, de um estádio
cordiforme de que herdou a corda dorsal, o rim primordial e um rudimento de
intestino caudal.” “Com a idade de algumas semanas, o feto humano e o de outros
Mamíferos apresentam muitas semelhanças com os Peixes. Sulcos branquiais
desenvolvem-se de ambos os lados do pescoço e da cabeça. O sistema circulatório
apresenta analogias com o dos Peixes: coração com duas cavidades, artéria
caudal e presença de vasos nas seis croças aórticas que levam aos arcos
branquiais…” “Por aí se comprova que os Peixes estão entre os antepassados mais
recuados do Homem e dos outros Vertebrados.” “Outrora, a hipófise e a epífise
eram tidas por órgãos totalmente misteriosos… No entanto, nada apresentam de
enigmático. Esses órgãos, extremamente remotos, modificaram-se imenso e
constituem hoje as glândulas endócrinas. As particularidades do seu
desenvolvimento no Homem comprovam o parentesco humano com os vertebrados mais
primitivos…” “Que herança deixaram os batráquios no Homem? Segundo alguns
investigadores, seriam as membranas natatórias, que unem os dedos do feto
humano…” “Na zona olfativa, o Homem recebeu dos batráquios a parte chamada
órgão de Jacobson. Desenvolve-se por volta do quinto mês da vida intra-uterina,
sob a forma de um canal que leva da cavidade nasal à boca…” ”Os Répteis legaram
ao Homem alguns caracteres, que se manifestam principalmente no período
intra-uterino, por exemplo, no desenvolvimento do cérebro, na estrutura e no
tipo de ligação dos membros do feto de vários meses.” ”Assim, no feto, a
cartilagem de Meckel esboça-se no arco branquial anterior, que serve para
formar o maxilar inferior. Como em todos os Mamíferos, constitui, mais tarde,
dois ossinhos do ouvido, o martelo e a bigorna. Ora, nos nossos antepassados, depois de ossificada, essa
cartilagem servia de elo intermediário numa articulação complexa da mandíbula
com o crânio, que se observa ainda nos Répteis atuais. O terceiro ossinho, o
estribo, formado a partir do arco hióidio, surge já, numa forma ou noutra, nos
Batráquios e nos Répteis.” “A repartição dos pêlos no corpo do feto, por tufos
de três ou cinco corresponde até certo ponto, ao tipo de repartição das escamas
nos tegumentos de Répteis fósseis, antecessores dos Mamíferos.” “Por último uma
particularidade fisiológica - a insuficiência da regulação térmica no corpo do
recém-nascido e mesmo nas crianças até aos cincos anos - indica-nos também que
os nossos antepassados se desenvolveram a partir de animais intermédios entre
os Répteis e os Mamíferos, possuidores de um mecanismo neurovascular ainda
imperfeito de regulação da calorificação e da distribuição do calor pelo
organismo (A. Slonim, 1952).” (Nesturkh, 1972a, p. 38 - 40, 42 - 46).